terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

ALIANÇAS NEFASTAS GERANDO A DESTRUIÇÃO DE UMA FAMÍLIA !!!

Então, disse a Josafá: Irás tu comigo à peleja a Ramote Gileade? E disse Josafá ao rei de Israel: Serei como tu és, e o meu povo com o teu povo, e os meus cavalos com os teus cavalos”. (1Rs 22.4). Depois do reinado de Salomão a nação judaica dividiu-se em dois reinos: o do Norte, com capital em Samaria e conhecido como Reino de Israel; e o do Sul, com capital em Jerusalém e conhecido como Reino de Judá. Embora tivessem a mesma origem, um antagonismo espiritual se estabeleceu entre eles no que diz respeito ao governo de ambos. Todos os reis do Reino de Israel foram ímpios, enquanto que no Reino de Judá surgiram algumas ilhas de moralidade e temor a Deus (Asa, Josafá, Uzias, Jotão, Ezequias, Josias…) que levaram o povo ao quebrantamento diante do Todo-Poderoso. Acabe liderava o Reino do Norte enquanto Josafá governava o Reino do Sul. Acabe era extremamente ímpio e, como se não bastasse, tinha por mulher a tenebrosa Jezabel. Por outro lado, Josafá era um bom rei e temente ao Senhor 2Crônicas 17.1-19; contudo, tinha uma fraqueza terrível – seu caráter era vacilante quando se tratava de alianças. Ele não “peneirava” as suas amizades. Por conta disto, duas vezes foi advertido pelo Senhor. Na primeira o profeta Jeú, após a fatídica aliança do texto acima, lhe disse: “Devias tu ajudar ao ímpio e amar aqueles que ao Senhor aborrecem? Por isso, virá sobre ti grande ira da parte do Senhor” 2Crônicas 19.2. Na segunda, após aliar-se com Acazias, filho de Acabe, Deus usou Eliezer para repreendê-lo, dizendo: “Visto que te aliaste com Acazias, o Senhor despedaçou as tuas obras…” 2 Crônicas 20.37. O texto transcrito na abertura deste tópico relata a aliança firmada entre Acabe e Josafá. Observe que essa aliança envolvia cooperação política, no campo bélico, entre os dois Reinos contra os sírios em Ramote-Gileade, 1Reis 22.1-3. Esse acordo revelou-se trágico: Os reis perderam a batalha e Acabe foi morto, como previra o profeta Micaías, 1Reis 22.17-28.
Note, também, que essa aliança não fora firmada no campo espiritual, mas como diz o adágio popular “quem mistura-se com porcos farelo come”, tal aconteceu pois, apesar da tragédia dessa cooperação política e bélica, piores foram os desdobramentos que se verificaram nos campos moral e espiritual para a família de Josafá. Isto porque ele envolveu-se tanto com Acabe que seus filhos aprenderam o caminho da impiedade. O texto sagrado nos revela que Jeorão, filho de Josafá, o substituiu no trono após a morte de seu pai. Sua primeira providência, depois da consolidação do Reino em suas mãos, foi assassinar todos os seus irmãos, porque ele “andou nos caminhos dos reis de Israel, como fazia a casa de Acabe; porque tinha a filha de Acabe por mulher e fazia o que era mau aos olhos do Senhor”, 2 Crônicas 21.6. Na verdade, ele assim agiu porque não queria concorrentes ao trono. Mais tarde, quando morreu, “foi-se sem deixar de si saudades”, 2 Crônicas 21.20. Acazias, filho de Jeorão, portanto neto de Josafá, ao suceder seu pai no trono, “também andou nos caminhos da casa de Acabe, porque sua mãe era sua conselheira, para proceder impiamente” 2Crônicas 22.3. Quando, mais tarde, Acazias foi executado por Jeú, 2Crônicas 22.8, sua mãe – Atália “levantou-se e destruiu toda a semente da casa real de Judá”, 2 Crônicas 22.10. Note bem, ela matou seus netos, portanto bisnetos de Josafá; isto porque ela queria o trono e não aceitava a concorrência com seus próprios netos. Que tragédia! Onde essa história de chacinas, dentro de uma família, iniciou-se? Resposta: Na nefasta aliança entre Josafá e Acabe. O que Josafá certamente não sabia era que, com aquela aliança política, ele estava comprometendo o futuro moral, espiritual e eterno de sua família e das gerações que dele descenderiam (filhos, netos e bisnetos), que foram assassinados. Vimos, então, as trágicas conseqüências verificadas numa família cujo patriarca assumiu alianças humanas e políticas, com funestos resultados nas áreas moral, espiritual e de peso eterno para seus descendentes imediatos. Vejamos, agora, a faceta da aliança eterna firmada por Deus com os descendentes do rei Davi, donde descenderia o Messias de Israel e Salvador de toda a humanidade.

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