Um grande número de fiéis está abandonando a Igreja Católica após os recentes casos de abusos sexuais e maus tratos envolvendo sacerdotes. As notícias sobre o assunto são classificadas como "dramáticas", de acordo com o jornal Frankfurter Rundschau, em reportagem publicada no sábado, 24.Segundo a publicação, a situação mais grave deste quadro se mostra no sul da Alemanha, especialmente na Baviera. O fato fica visível nesta região por causa do grande número de católicos, segundo a pesquisa. Na diocese de Bamberg, o número de pessoas que se desligam subiu de 200 para 1.400 fiéis por mês.Em Regensburg, onde foram registrados casos de maus tratos contra crianças e jovens do coral, à época em que era dirigido pelo monsenhor Georg Ratzinger, irmão do papa Bento XVI, os índices de abandono cresceram cinco vezes.Na cidade de Augsburgo, a população manteve este mesmo comportamento. O arcebispo da cidade, Walter Mixa, renunciou ao cargo na semana passada, após admitir ter maltratado crianças de um orfanato, quando era responsável por uma paróquia. Os desligamentos já somam 4.300 pessoas.A situação também se mostra grave nas regiões de Rottenburg-Stuttgart, Osnabrück, Berlim e Colônia. Na capital alemã, onde houve diversos casos numa grande paróquia frequentada por famílias de políticos e diplomatas, o número de fiéis que pediram afastamento triplicou.Mas a pior situação, segundo o jornal, é que além do abandono de fiéis a Igreja enfrenta também uma forte pressão da sociedade alemã. A ministra da Justiça da Alemanha, Sabine Leutheusser-Schnarrenberger, está determinada a aumentar os prazos de prescrição dos crimes para criar condições das vítimas de abusos terem mais tempo para denunciar os autores.Além disso o governo da chanceler Angela Merkel lançou plano de apoio às vítimas de pedofilia. Segundo a ministra da Família, Kristina Schroeder, “muitos desses delitos prescreveram, mas a responsabilidade de auxiliar suas vítimas não prescreve”. Ela informou que foram criados grupos de trabalho para esclarecer centenas de casos de pedofilia no país.
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