Boff enfatizou que “todos os apelos dos papas em contra não modificaram a opinião da população quando se fez um plebiscito.” O teólogo enfatizou que é contra o aborto, mas que não se trata apenas do aspecto moral, a ser sempre considerado. “Deve-se atender também a seu aspecto de saúde pública. No Brasil, a cada dois dias morre uma mulher por abortos mal feitos”, relatou. Para logo indagar: “diante de tal fato devemos chamar a polícia ou chamar o médico? O espírito humanitário e a compaixão nos obriga a chamar o médico”, frisou. A descriminalização nos países por ele mencionados fez com que o número de abortos diminuisse consideravelmente, observou. “O organismo da ONU que cuida das populações demonstrou há anos que, quando as mulheres são educadas e conscientizadas, elas regulam a maternidade e o número de abortos cai enormente. Portanto, o dever do Estado e da sociedade é educar e conscientizar e não simplesmente condenar as mulheres que, sob pressões de toda ordem, praticam o aborto. É impiedade impor sofrimento a quem já sofre”, argumentou.
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