Certa vez Deus me disse : Cada qual vive na luz que recebe. Tive o privilégio de subir algumas vezes o Monte Sinai, no Egito; as vezes que o fiz, iniciava a longa subida de mais de 3.000 metros à meia noite, chegando ao pico da montanha antes do amanhecer, para evitar o sol causticante do deserto. O grande inconveniente era a escuridão, o que amenizávamos com uma boa lanterna na mão, focando apenas o necessário para que passo a passo, sem focar nos abismos, subíssemos como se eles não existissem. Às vezes em que subi, como lembrei de minha própria vida: passos apressados no começo, paradas para descanso e reflexão de quando em vez , sentimentos de fracasso ao sentir o esgotamento físico e pensar em desistência, negociava a falência física , e sempre , em instantes depois , encontrava força no propósito inegociável da fé.Quando eu paro e olho para o passado, tentando achar nele chão para pisar, encontro-me saudoso e embevecido da felicidade vivida. Não a felicidade da vida sem lutas, pois certamente foram muitas, mas a felicidade de ter construído história, e não ter que achar o vazio da indiferença, daqueles que não constroem suas próprias histórias , mas se tornam coadjuvantes dos acasos inevitáveis dos covardes. Nessa vida há os que passam pela história, os que vivem a história e os que fazem a história. Fiz história em minha vida, que grata conclusão, não terei que covardemente enriquecer o túmulo, enterrando como muitos , projetos , sonhos , poesias , negados a sua geração e às posteriores, mas poderei caminhar eternidade afora dizendo para o doador da vida: Obrigado Senhor , porque um dia focastes a luz da sabedoria do Teu evangelho nas trevas e abismos da ignorância.
Nenhum comentário:
Postar um comentário