Das fraudes, 80% são feitas por pessoas de Goiás. Segundo Sobel, foram concedidos 100 vistos desse tipo entre 2003 e 2005.
O telegrama dá especial atenção aos religiosos da Igreja Universal do Reino de Deus. “Todos os missionários da igreja indicaram no pedido de visto que ficariam nos Estados Unidos por apenas um ano”. Em 2006, ninguém havia deixado o país. Sobel informa que os missionários falam inglês muito mal, mas sabem de cor todos os procedimentos de obtenção de vistos e de permanência. Também é dado destaque para religiosos da Assembléia de Deus. Nenhuma das 16 pessoas que obtiveram vistos no período voltou para o Brasil.
Em outro telegrama, o consulado dos EUA em São Paulo classificava os pedidos de visto de trabalho feitos por brasileiros de maneira jocosa. O ex-cônsul-geral dos Estados Unidos em São Paulo Christopher McMullen classifica os brasileiros de “o bom, o mau e o feio” – uma paródia ao título do clássico filme de caubói italiano de 1966, com Clint Eastwood no elenco.
No telegrama, McMullen diz estar preocupado com o recente aumento de pedidos de vistos de trabalho. Segundo o diplomata, os “bons” candidatos paulistas são jovens de classe média com bom nível de escolaridade interessados em passar alguns meses em hotéis, resorts, áreas de esqui e cassinos para juntar dinheiro e treinar o inglês. Os “maus” são parentes e amigos de brasileiros que moram nos EUA que querem trabalhar com faxina e em empresas pequenas. Para o diplomata, essas pessoas oferecem riscos, pois não costumam voltar para o Brasil.
Os “feios” são candidatos a imigrantes pouco qualificados que pagam pelo menos 3 mil dólares a agências de emprego por uma chance de entrar no país. É um grupo de “pessoas pobres e desesperadas que pegaram dinheiro emprestado com taxas de juros ultrajantes”. Muitas dessas pessoas chegam aos Estados Unidos e percebem que foram enganadas, pois não terão o emprego prometido.
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