O líder maior da Igreja Ortodoxa russa aconselhou que os cidadãos do país não deveriam confiar em redes sociais. Esses sites tornam as pessoas “vulneráveis a manipulações”, uma referência clara ao fato de eles serem usados na organização de protestos em oposição ao governo. Aproximadamente 40 mil pessoas marcaram pela internet um protesto, no centro de Moscou, contra a eleição legislativa que deu ao partido de Vladimir Putin uma pequena maioria. “A confiança ingênua de uma pessoa nas informações disponível em redes sociais, aliadas à desorientação moral e perda de valores morais básicos, tornam os jovens fáceis de serem manipulados”, afirmou o patriarca Kirill. O comício chamou atenção de todo o país e teve discursos do antigo governante Mikhail Gorbatchov e do conhecido blogueiro oposicionista Alexei Navalny. Num sinal de rejeição às mudanças políticas prometidas pelo presidente Dmitri Medvedev, o objetivo do comício é pressionar o premiê e candidato à presidência Vladimir Putin. O líder do partido Rússia Unida vem respondendo às críticas da oposição com concessões mínimas e se mostra confiante numa vitória na eleição presidencial em março do próximo ano. Kirill declarou que apenas a mudança política não é suficiente para mudar a sociedade. Isso só poderia, segundo ele, acontecer pela “metamorfose da alma”. Apoiada historicamente pelo governo como principal religião da Rússia, a Igreja Ortodoxa vem conquistando poder cada vez mais desde a queda do comunismo. Os defensores dos direitos humanos alegam que a separação entre Igreja e Estado, determinada pela constituição, está sendo constantemente violada por ambas as partes.
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