Reforma do Código Penal indica que homofobia deve virar crime. Nesta
semana, duas notícias mudaram o entendimento que o Brasil pode ter do
casamento de homossexuais. Primeiro, a Comissão de Direitos Humanos do
Senado aprovou na quinta-feira (24) o projeto, que na prática, reforça
o reconhecimento legal da união estável de pessoas do mesmo sexo. Isso mudaria o artigo 1.723 do Código Civil, o qual exige que a
relação seja entre um homem e uma mulher. Além disso, permite que essa
união seja transformada em casamento civil. O material ainda precisa
ser analisado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Se
aprovada, segue direto à Câmara dos Deputados. “Convém ressaltar que o projeto dispõe somente sobre a união estável
e o casamento civil, sem qualquer impacto sobre o casamento religioso”,
ressaltou a senadora Lídice da Mata (PSB-BA), relatora da matéria. Mesmo assim, a bancada evangélica já avisou que vai fazer de tudo
para impedir sua aprovação. Alguns deputados manifestaram-se
publicamente, como o pastor Marco Feliciano, que resumiu “a Senadora Marta Suplicy mais uma vez a frente com esse assunto, fazendo de tudo pela militância LGBT”. Além disso, a comissão de juristas do Senado responsável por propor o novo Código Penal pretende tornar crime a homofobia. Se aprovado, quem praticar discriminação ou preconceito por questão
de gênero, identidade, orientação sexual ou procedência regional poderá
ser processado. Tal conduta será considerada imprescritível (o
discriminado pode processar a qualquer momento), inafiançável e não
passível de perdão ou indulto. A pena seria a mesma aplicada hoje para crimes de racismo, de dois a
cinco anos de prisão. Ela poderia ser aumentada em um terço caso a
discriminação tenha sido cometida contra menores de idade.
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