segunda-feira, 9 de julho de 2012

Partícula de Deus ...


Cientistas cristãos comentam a descoberta da “partícula de Deus”. Nos últimos dias, a comunidade científica mundial tem debatido intensamente o que é considerado “a maior descoberta científica dos últimos 40 anos”. Na verdade, é uma descoberta minúscula, menor que um átomo de hidrogênio e extremamente difícil de ser vista. A revista Época deu capa ao assunto, usando como título “O universo, Deus e você” pois uma das questões mais debatidas é se a ciência conseguiria, a partir dessa descoberta, desvendar os mistérios da origem do universo, contrariando as alegações religiosas. Dentro do Large Hadron Collider (LHC), o acelerador de partículas da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN), na fronteira entre Suíça e França, a maior câmera fotográfica do mundo registrou um traço probabilístico da existência dessa partícula misteriosa.  A construção do LHC custou cerca de 10 bilhões de dólares e muitos questionam se os experimentos feitos ali não seriam uma tentativa de se “brincar de Deus”. O motivo é que os cientistas tentam recriar as condições que formaram o universo, a partir do chamado Big Bang”. Desde 2010, quando o LHC foi inaugurado, as equipes dos experimentos Atlas e CMS, analisaram 800 trilhões de colisões que ocorreram dentro do LHC, onde supercondutores aceleram, em sentidos opostos, dois feixes de energia formados por prótons até quase atingirem a velocidade da luz. Os prótons completam 11 mil voltas por segundo dentro do acelerador até colidirem de frente. Depois de tantos testes, os cientistas detectaram apenas em dois eventos que podem ter revelado o bóson de Higgs. Conhecido como “bóson de Higgs”, essa partícula guardaria “o segredo para a existência da matéria”.  Chamada também de “partícula de Deus”, para os cientistas ela poderia ser a “chave” para entendermos de onde viemos e para onde vamos.   O nome é uma homenagem ao físico escocês Peter Higgs, que escreveu em 1964 sobre a teoria de que ela existia. Higgs é um ateu, manifestou várias vezes a reprovação ao apelido dessa partícula subatômica que recebe seu nome, temendo que ofenda pessoas religiosas. O uso do termo se tornou mais popular após o lançamento do livro, “A Partícula de Deus” (1993), de Leon Lederma. Ele dizia que o bóson de Higgs poderia ser a chave para “desmistificar” a religião de vez. Mas a descoberta é vista de maneira diferente pelos religiosos. A Igreja Católica, através de   Marcelo Sánchez Sorondo, teólogo e chanceler da Pontifícia Academia das Ciências do Vaticano disse que o bóson de Higgs “demonstra algo maravilhoso”. “O cientista se limita a dizer que descobriu a partícula; o crente vê o fruto da vontade de Deus”, disse Sorondo, tentando desfazer a ideia de que o avanço da ciência diminui o espaço para as crenças religiosas. Embora os evangélicos não tenham um porta-voz oficial sobre a questão, alguns cientistas protestantes se manifestaram sobre a questão.

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