Cientistas cristãos comentam a descoberta da “partícula de Deus”. Nos
últimos dias, a comunidade científica mundial tem debatido intensamente
o que é considerado “a maior descoberta científica dos últimos 40
anos”. Na verdade, é uma descoberta minúscula, menor que um átomo de
hidrogênio e extremamente difícil de ser vista. A revista Época deu
capa ao assunto, usando como título “O universo, Deus e você” pois uma
das questões mais debatidas é se a ciência conseguiria, a partir dessa
descoberta, desvendar os mistérios da origem do universo, contrariando
as alegações religiosas. Dentro do Large Hadron Collider (LHC), o acelerador de partículas da
Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN), na fronteira entre
Suíça e França, a maior câmera fotográfica do mundo registrou um traço
probabilístico da existência dessa partícula misteriosa. A construção
do LHC custou cerca de 10 bilhões de dólares e muitos questionam se os
experimentos feitos ali não seriam uma tentativa de se “brincar de
Deus”. O motivo é que os cientistas tentam recriar as condições que
formaram o universo, a partir do chamado Big Bang”. Desde 2010, quando o LHC foi inaugurado, as equipes dos experimentos
Atlas e CMS, analisaram 800 trilhões de colisões que ocorreram dentro
do LHC, onde supercondutores aceleram, em sentidos opostos, dois feixes
de energia formados por prótons até quase atingirem a velocidade da
luz. Os prótons completam 11 mil voltas por segundo dentro do
acelerador até colidirem de frente. Depois de tantos testes, os
cientistas detectaram apenas em dois eventos que podem ter revelado o bóson de Higgs. Conhecido como “bóson de Higgs”, essa partícula guardaria “o segredo
para a existência da matéria”. Chamada também de “partícula de Deus”,
para os cientistas ela poderia ser a “chave” para entendermos de onde
viemos e para onde vamos. O nome é uma homenagem ao físico escocês
Peter Higgs, que escreveu em 1964 sobre a teoria de que ela existia.
Higgs é um ateu, manifestou várias vezes a reprovação ao apelido dessa
partícula subatômica que recebe seu nome, temendo que ofenda pessoas
religiosas. O uso do termo se tornou mais popular após o lançamento do livro, “A
Partícula de Deus” (1993), de Leon Lederma. Ele dizia que o bóson de
Higgs poderia ser a chave para “desmistificar” a religião de vez. Mas a descoberta é vista de maneira diferente pelos religiosos. A
Igreja Católica, através de Marcelo Sánchez Sorondo, teólogo e
chanceler da Pontifícia Academia das Ciências do Vaticano disse que o
bóson de Higgs “demonstra algo maravilhoso”. “O cientista se limita a
dizer que descobriu a partícula; o crente vê o fruto da vontade de
Deus”, disse Sorondo, tentando desfazer a ideia de que o avanço da
ciência diminui o espaço para as crenças religiosas. Embora os evangélicos não tenham um porta-voz oficial sobre a
questão, alguns cientistas protestantes se manifestaram sobre a questão.
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