quinta-feira, 26 de julho de 2012

Crescimento do número de evangélicos tornou-se um fenômeno cultural, diz socióloga.


Crescimento do número de evangélicos tornou-se um fenômeno cultural, diz socióloga. Em entrevista para a revista Carta Capital, a socióloga Christina Vital, professora da Universidade Federal Fluminense (UFF) e pesquisadora do Instituto de Estudos da Religião (Iser) comentou o crescimento do número de evangélicos no Brasil nas últimas décadas analisando o fenômeno cultural que surgiu diante desse aumento de novos fiéis. Vital comenta o boom dos anos 1990 quando o aumento chegou em seu auge, dizendo que o espaço público conquistado através da mídia e da nova perspectiva cristã trazida pelo neopentecostalismo ofereceram uma nova mensagem que acabou atraindo quem estava acostumado com as igrejas históricas, pentecostais e com a Igreja Católica. As contribuições que essas conquistas trouxeram para a cultura brasileira, segundo a socióloga, podem ser percebidas no mercado gospel e nas expressões usadas pelos fiéis. “Sendo assim, é comum escutarmos expressões como ‘só Jesus’; ‘fulano é um abençoado’, ‘o sangue de Jesus tem poder’, ‘tá amarrado’, entre outras”, disse Christina Vital. O meio artístico tem grande importância, como explica a socióloga. “Há duplas sertanejas e grupos de pagode que cantam canções evangélicas ou fazem menções a elas. Existem grupos de rap e de funk que articulam a gramática evangélica através de expressões e de acionamento de imagens e situações comumente articuladas pelas lideranças evangélicas em seus cultos seja nas igrejas, nas prisões ou entre traficantes nas favelas”. Ao citar essas conquistas do segmento na sociedade brasileira, a professora da UFF quer dizer que o fato da expansão ter diminuído na última década não significa que o fenômeno do crescimento esteja perto do fim, muito pelo contrário, ela acredita que pelo fato da sociedade está em movimento o campo religioso pode resultar em um crescimento surpreendente.

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