sexta-feira, 20 de julho de 2012

O Milagre no Vinho ...

O líder religioso, de cima do tablado, solta a pérola: “Lugar de crente é na igreja. Não em festas”. No mínimo fanático, não acha? Mas tal declaração tem fundamento (pelo menos para os legalistas): é inadmissível o crente ter a sua imagem vinculada às festas regadas à bebida alcoólica. Jesus gostava de festa. Certa vez, num casamento, o bom andamento da comemoração estava comprometido porque o vinho havia acabado. Foi então que o primeiro milagre de Jesus se manifestou. Ele transformou água em vinho. A grandeza do milagre não foi o sobrenatural em si. Mas o que ele causou: alegria aos que ali estavam. Jesus não se preocupava com o que os outros pensavam a seu respeito. À mesa do Mestre, sentavam-se prostitutas, publicanos, leprosos. Toda a sorte de pecadores. Ninguém ia embora quando o vinho era servido. A diversão era liberada. Os olhares julgadores dos fariseus que estavam de fora refletiam a religiosidade morta da época. Talvez esse quadro seja a nossa realidade hoje. A religiosidade mascarada de Evangelho nos cobra preço alto: o gosto pela vida. O fardo pesado que muitos carregam dentro da igreja pode não ser conseqüência da culpa e do pecado. Mas do legalismo religioso. A boa notícia, entretanto, é que sempre há lugar para os cansados e oprimidos à mesa de Jesus.

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