Religiosos franceses farão uma mobilização neste domingo. O franco-argelino Ludovico Mohamed é muçulmano e gay. Ele resolveu inaugurar este mês uma mesquita que recebesse o público gay, mesmo sabendo que as autoridades islâmicas nunca a reconhecerão por que vai contra o Alcorão. Mas ele cumpre suas obrigações e fez recentemente o hajj (peregrinação a Meca). “Eu percebi que seria ótimo ter uma mesquita especial para os gays muçulmanos e todos os que quisessem realizar suas preces em paz.” Essa nova mesquita, que não revela o endereço com medo de perseguição, fica na cidade de Val de Marie, na região norte da França. Enquanto isso, os muçulmanos franceses aliaram-se aos católicos para combater o casamento gay. Juntos, ele pretendem inviabilizar a lei que o governo socialista do presidente François Hollande deseja aprovar ainda este ano. Um grupo de 50 ativistas escreveram uma carta aberta, pedindo que os religiosos se juntem em uma manifestação no próximo domingo, em Paris. A iniciativa é apoiada pela influente União das Organizações Islâmicas Francesas. Desde que o governo anunciou sua decisão de legalizar o casamento gay, quase todos os líderes religiosos da França (muçulmanos, católicos, judeus, ortodoxos) se pronunciaram contrários e pediram que o governo cancelassem a proposta legislativa. “No dia 13 de Janeiro vamos protestar, unindo-nos em uma campanha plural que deseja evitar a quebra do casamento tradicional”, diz a carta. “Convidamos todos os muçulmanos franceses que se unam a nós contra a reforma a que o governo chamou “Casamento para Todos”. Se esta lei for aprovada, destruirá a família, as estruturas sociais e a lei civil, o que será irreversível”.
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