Inveja é como uma mosca que passa por todas as partes do corpo e permanece sobre as feridas. – Arthur Chapman
Existe um pecado que ninguém no nosso mundo realmente quer discutir. É um pecado elegante, que alimenta nossos grandes movimentos sociais e se tornou um motor da nossa política.
É o pecado da inveja. Nós amamos falar sobre ganância. Se você procurar no Google a palavra “ganância”, você encontrará milhares de sermões, artigos, discursos políticos, posts em blogs, etc. Nós assumimos que quem quer que seja rico é ganancioso, simplesmente porque nós vinculamos a ganância ao sucesso, como se os pobres não pudessem ter atitudes más em relação ao dinheiro.
De fato, a ganância é um problema terrível. E há alguns em posição de poder e riqueza que têm o dinheiro como deus. Mas a prima da ganância, a inveja, é uma senhora tão poderosa quanto, apenas disfarçada com vestimentas mais nobres. A inveja se mascara como populismo. Simplesmente preste atenção na maneira como falamos hoje. Se um certo CEO ganha muito dinheiro, achamos injusto porque NÓS não podemos ter tanto dinheiro quanto ele. Se um político está em uma posição de poder, nós o odiamos porque ele está onde está e porque estou onde estou. Se um pastor popular fica cada vez mais popular, temos que procurar por pecados doutrinários para desacreditá-lo e assim, trazê-lo ao nosso nível. Não toleramos que alguém tenha o que não temos.
Inveja é um pecado traiçoeiro. Ainda assim, não pregamos sobre ele. Nós não alertamos sobre seus perigos. Pelo contrário, deixamos a inveja reinar em nossa cultura, porque ela movimenta nossa economia. Veja os comerciais da TV no horário nobre. O que está no cerne de cada um? Não é a inveja? Não é aquela mentira “você merece essa novidade. Você trabalhou duro. Porque você não deveria ter o que os outros têm?”.
Como seguidores de Jesus, deveríamos prontamente nos afastar da ganância. E nós deveríamos promover a justiça, sujar nossas mãos e servir aos pobres. Deveríamos trabalhar pesado para aliviar o sofrimento humano. Mas devemos nos assegurar de que a inveja não alimente o nosso ativismo. Nós devemos nos assegurar de que não pregamos um evangelho falso aos oprimidos dizendo: “Deus tem sido injusto com você. Outros têm o que você não tem. Jesus vai equiparar as coisas.”
O verdadeiro evangelho oferece algo mais rico que a inveja. Ele oferece nova e abundante vida em Cristo. Ele oference uma esperança que transcende à euphoria plástica e barata que os bens terrenos prometem. Ele oferece o próprio Deus, na Pessoa de Jesus. O evangelho oferece um “eterno peso de glória” (2 Corintios 4.7). Quando chegarmos ao céu, nenhum pecador resgatado, comprado pelo sangue, jamais dirá: “Não é uma vergonha eu não ter tido tanto dinheiro quanto Bill Gates?”. Não, provavelmente nós diremos: “Você acredita que nós desejamos aqueles ídolos passageiros?”.
Não paremos de pregar contra a ganância. Mas também não nos esqueçamos de pregar contra a inveja. Sejamos felizes pela riquezas que Deus garantiu a outros. Sejamos gratos por aquilo que temos, se grande ou pequeno. Recebamos o rico em nossas igrejas sem assumir que eles são criminosos. Vamos dar o nosso dinheiro aos pobres sem ligá-lo à bactéria destruidora de almas que é a inveja. Achemos nosso prazer apenas em Jesus. Apontemos esse prazer às pessoas e não os prazeres temporários nas posses do próximo.
Sim, vamos pedir ao Espírito que erradique esse pecado, sobre o qual ninguém falará.
Dilcimar Gomes
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