sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Pressão da bancada evangélica e avalanche de e-mails aos senadores resultam na retirada do PLC 122 da pauta de votação,

A pressão exercida pela bancada evangélica através da manifestação de fiéis que enviaram e-mails aos parlamentares da Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado resultou na retirada do PLC 122 da pauta de votação. O senador Paulo Paim (PT-RS), autor do texto que substitui o projeto original, afirmou que os líderes religiosos e integrantes da bancada evangélica pediram que as definições da proposta respeitem integralmente a liberdade de expressão e crença. Paim já havia acrescido ao texto que classifica como crime “impedir ou restringir a manifestação de afetividade de qualquer pessoa em local público ou privado aberto ao público”, um trecho que determina que seja “resguardado o respeito devido aos espaços religiosos”.
No entanto, isso não foi suficiente, segundo o senador Paim, para satisfazer a bancada evangélica: “Um dos argumentos que ouvi aqui hoje foi de que uma celebração religiosa pode ser realizada em um ginásio de esporte, que não é um templo. Nesse caso, como é que fica? Eles querem que fique mais clara essa questão”, justificou. A presidente da CDH, senadora Ana Rita (PT-ES), ressaltou que há interesse de que o projeto seja aprovado este ano, e que por isso, todas as possibilidades políticas serão exploradas para que haja consenso a respeito do tema: “É importante que os líderes partidários se empenhem. Não gostaríamos de deixar isso para o ano que vem, até porque houve debate intenso sobre esse assunto. É matéria que, do nosso ponto de vista, contempla perfeitamente todos os setores discriminados”, declarou.
Descontente, o senador Magno Malta (PR-ES) discordou da senadora Ana Rita e afirmou que a proposta, como está, “não contempla ninguém”, mas frisou que o relator, senador Paim, tem se esforçado: “Acompanhamos o esforço do senador Paim. Realmente, não é matéria fácil. Nem vou entrar no mérito, mas não podemos deixar um legado infame para as gerações futuras. Queremos um texto que trate de tolerância e não de intolerância”, pontuou.

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