Muitos irmãos me perguntam se Deus usou mesmo uma jumenta. A dúvida existe principalmente porque há hermeneutas (hermeneutas?) que se apegam a questiúnculas, para afirmar que Deus não usou a jumenta. Ele teria apenas aberto a sua boca (cf. Nm 22.28), para que ela falasse por conta própria o que estava sentindo...
Ora, é claro que Deus usou uma jumenta para repreender Balaão, assim como também usou um grande peixe para engolir a Jonas e um galo para despertar a consciência de Pedro. É evidente que não houve uma mensagem profética do tipo “Assim diz o Senhor” — e é a isso que se apegam os que dizem que Deus não usou a jumenta. Mas sabemos que jumentas nunca falaram; não possuem mecanismos para falar. Elas não raciocinam como os seres humanos, pois não foram dotadas por Deus da mesma capacidade humana para pensar e expressar o seu pensamento.
Como teria uma jumenta raciocinado e repreendido o profeta, que a espancava? Não há dúvidas de que Deus mesmo abriu a boca da jumenta, usando-a para despertar Balaão. Somente depois de ele ter reconhecido o seu erro, ao ouvir as palavras do animal, que o Senhor abriu os seus olhos para ver o anjo à sua frente. Disse-lhe a jumenta, ao seu espancada: “Que te fiz eu, que me espancaste estas três vezes? [...] Porventura, não sou a tua jumenta, em que cavalgaste desde o tempo que eu fui tua até hoje? Costumei eu alguma vez fazer assim contigo?”Balaão respondeu: “Não”. E escritor sagrado concluiu:“Então, o Senhor abriu os olhos a Balaão...” (Nm 22.28-31).
O profeta só viu o anjo depois de ter ouvido a repreensão da jumenta. É, portanto, um equívoco pensar que o animal, por conta própria, teria raciocinado, articulado bem as sílabas e impedido a loucura do profeta... Deus, de fato, abriu a boca da jumenta e lhe deu palavras inteligíveis, como se fosse uma pessoa falando, a fim de repreender Balaão: “Mas teve a repreensão da sua transgressão; o mudo jumento, falando com voz humana, impediu a loucura do profeta” (2 Pe 2.16). Isso foi um milagre, uma ação divina sobrenatural!
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