Isiaku Nasir, um ex-integrante do grupo extremista islâmico Boko Haram, revelou detalhes da forma como os terroristas são treinados e motivados a praticarem atentados contra cristãos na Nigéria. Nascido em Gusau, no Estado de Zamfara, Nasir se tornou integrante do Shitte, um grupo aliado do Boko Haram, e passou por treinamento no Irã, além de aprender a língua árabe, e revelou que os líderes dos grupos anti-cristãos submetem os adeptos de sua causa a uma lavagem cerebral. “Nossos líderes nos ensinaram que quanto mais matássemos cristãos, mais provável seria que nós entrássemos no paraíso [...] Algumas formas de treinamento eram muito raras. Bebemos uma água especial, alguns chamariam de ‘água espiritual’, porque não era uma água comum. Também recebemos visitantes estranhos, não como seres humanos, mas em manifestação de formas raras. Nossos líderes nos pediam que recitássemos algumas passagens do alcorão para fazer esses seres aparecem”, contou Nasir, de acordo com informações do Minuto Digital. O plano do Boko Haram é a instalação de um estado islâmico na Nigéria, e a ideia é exterminar os cristãos do país: “Nós tínhamos planejado matar todos os cristãos em Kaduna, antes de seguir para o Norte. Antes de cada operação, bebíamos da água espiritual, e nos tornávamos ansiosos para cometer o mal”, relatou. A estrutura dos grupos radicais é complexa e organizada, segundo Nasir, que explicou a hierarquia do Boko Haram e seus aliados: “Eu costumava ser uma das mãos mais confiança no grupo, porque eu era um seguidor muito obediente e leal. Eu tinha meu próprio escritório secreto onde recebia delegados de nossos patrocinadores. Sempre que o nosso líder não estava por perto, era lá que eu atendia às necessidades de qualquer um dos nossos membros”.No tempo em que esteve envolvido com as ações de perseguição religiosa e terrorismo, Nasir participou diretamente de muitas mortes, e contou com detalhes a crença em torno do ritual de execução dos cristãos: “Eu não me lembro de quantas pessoas eu matei. Pegávamos nossas armas para atirar nas pernas. Quando perguntávamos a uma vítima ‘Você quer ser muçulmano?’ e a resposta era ‘não’, nós a degolávamos como uma cabra. E depois de matar os ‘infiéis’, coletávamos seu sangue em um copo pequeno e bebíamos. Assim, o fantasma cruel daquela pessoa não poderia assombrar nossos sonhos. Isso é o que o chefe dizia. E, de fato, se tivéssemos testado o seu sangue, não os víamos em nossos sonhos. Às vezes, quando eu não queria beber o sangue, molhava os dedos nele e então untávamos os lábios, e isso era suficiente para que o fantasma viesse atrás de nós em nossos sonhos”. Atualmente, a grande empreitada do Boko Haram contra os cristãos envolve o sequestro de quase 300 meninas, que foram levadas de escolas e vilarejos onde a maioria é cristã. Os Estados Unidos tem oferecido apoio ao governo nigeriano para tentar localizar as adolescentes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário