Na última semana o Tribunal de Justiça de Santa Catarina condenou um padre católico a 26 anos e 2 meses de prisão, em regime fechado, por abusar sexualmente de crianças. Essa foi a segunda instância da condenação do religioso, que inicialmente havia sido condenado há 20 anos. De acordo com a Justiça em Foco, o aumento da pena se deu porque o Tribunal o considerou culpado por um terceiro crime da mesma natureza pelo qual havia sido inocentado inicialmente.De acordo com o processo contra o padre, ele utilizava o momento da confissão que precede o sacramento da primeira comunhão para conversar sobre assuntos de cunho sexual com as crianças. Nesse momento ele também acariciava os órgãos sexuais de suas vítimas, preferencialmente meninos. Durante o processo, as vítimas revelaram ainda que a igreja sabia a respeito das práticas indevidas do padre, mas que outro religioso os havia instruído a não fazer alarde sobre o caso e nem “duvidarem da fé” do padre.A defesa do padre afirma que o religioso foi condenado sem provas, e que um dos meninos o denunciou por causa de uma antiga rixa de família em relação à sua pessoa. Porém, o relator do caso, desembargador Roberto Lucas Pacheco, ressaltou que após a divulgação na mídia da prisão do padre, diversas outras vítimas, de diferentes cidades, se sentiram à vontade para revelar suas histórias semelhantes às das vítimas que denunciaram o religioso. Pacheco afirma que essas histórias deram ainda mais sustentação à versão da acusação. Ele afirma também ser difícil acreditar que uma família inteira iria ser conivente com “mentiras” desse tipo, principalmente expondo uma criança a um processo de cunho sexual.- O relato das vítimas, desde que firme e coerente em todas as oportunidades que tenham sido ouvidas, e não derruído pelos demais elementos probatórios, pode, sim, mostrar-se suficiente à condenação – afirma a decisão do tribunal, que foi unânime. O desembargador ressaltou ainda o fato de que o religioso utilizou-se de sua condição, respaldada por total credibilidade e confiança, para praticar os crimes, dentro de um ambiente onde os pais julgavam que as crianças estariam em segurança.
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