Todos conhecem os benefícios da leitura para crianças: promove o saber, a imaginação e liberta de preconceitos. Porém, um livro infantil tem gerado a revolta de alguns pais brasileiros. "A Máquina de Brincar", da editora Bertrand, escrito pelo gaúcho Paulo Bentancur, apresenta o Diabo como uma figura simpática e um bom parceiro. Em um país de imensa maioria cristã, o tema causou polêmica.A obra divide-se em duas partes e também fala sobre Deus. 'Para Ler no Claro', com páginas brancas, traz poemas mais leves, enquanto 'Para Ler no Escuro', em páginas pretas, traz textos intitulados como "O Diabo que me carregue" e questionamentos acerca da existência de Deus. “Sossega! Vão falar mal aqueles que não estão contigo. Que não foram convidados pelo diabo, meu grande amigo”, diz um dos trechos do livro. “Quis fazer um livro diferente. As crianças de hoje são inteligentes, gostam de suspense, de figuras lendárias. E qual o problema de brincar com Deus e o diabo? Não faço apologia ao demônio, apenas brinco com o lado bom e o lado mau das coisas”, afirmou o autor ao Jornal de Brasília. Paulo Betancur ainda explicou que sua intenção era a de brincar com os mitos em torno de Deus e do Diabo de forma descontraída.Por outro lado, a mãe Janilda Prata, que postou imagens do livro no Facebook questionando a obra, se preocupou ao saber o conteúdo que as filhas estavam lendo. Em uma publicação no Facebook, ela classificou os poemas como uma heresia. "Me desculpe o autor, mas se alguém torna uma obra pública, eu tenho o direito de criticar e emitir minha opinião. Um livro para criança que invoca o diabo para ser amigo da mesma, diz que Deus não aparece porque é covarde e pequenino e termina dizendo que o capeta venceu para mim é uma literatura totalmente imprópria", declarou Prates.
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