Um juiz resolveu agir de maneira radical e determinou que uma criança adotada por um casal de lésbicas fosse retirada da casa e entregue a um casal heterossexual, pois entende que a educação que ela receberia no novo lar seria mais adequada. O caso singular foi registrado em Salt Lake City, em Utah (EUA), na última semana, quando havia completado quatro meses da adoção provisória. O juiz Scott Johansen, do Tribunal Juvenil, determinou que em até sete dias a criança teria que ser retirada da casa das lésbicas April Hoagland e Rebecca Peirce (foto), e entregue a uma nova família, formada por um casal heterossexual.
“Ele disse que pesquisas comprovam que crianças crescem melhor em lares heterossexuais”, afirmou Hoagland. Na sentença, o juiz não especificou quais pesquisas o teriam influenciado na decisão e nem os detalhes sobre quais seriam as diferenças principais na educação fornecida por pais homossexuais ou heterossexuais. “Fui pega de surpresa porque nunca achei que isso poderia acontecer”, disse Peirce, que anunciou que recorrerá da sentença, em entrevista ao New York Times.
No recurso, Hoagland e Peirce ressaltarão que são casadas e que já criam outras duas crianças, de 12 e 14 anos de idade, com aprovação da Divisão da Infância e da Família de Utah. A ideia das duas é conseguir a guarda definitiva do bebê. A diretora da Agência de Bem-Estar Infantil do estado de Utah, Brent Platt, afirmou que sua entidade também está apta a recorrer da sentença do juiz Johansen caso chegue à conclusão de que a decisão “não é o melhor para a criança”. Em Utah, estado que é um reduto da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (mórmons), a população decidiu nas urnas que o casamento gay seria proibido. No entanto, a decisão da Suprema Corte derrubou a escolha dos cidadãos.
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