O Salvador, quando chegou até à figueira, não estava desejando folhas; porque lemos que Ele teve fome, e a fome humana não pode ser removida pelas folhas de uma figueira. Desejava comer alguns figos; e Ele anseia por receber frutos de nós, também. Ele sente fome de termos santidade: Ele anseia para que o Seu gozo esteja em nós, para que o nosso gozo seja completo. Ele Se aproxima de cada um de vocês que são membros da Sua Igreja, e especialmente de cada um de vocês que são líderes Seu povo, e procura ver em vocês as coisas em que a Sua alma se deleita. Ele quer ver em nós o amor a Ele mesmo, o amor ao nosso próximo, a fé forte na revelação, a luta sincera a favor da fé que uma vez foi entregue aos santos, os rogos importunos na oração, e o viver cuidadoso em todas as áreas da nossa existência. Espera de nós ações que são de acordo com a lei de Deus e com a mente do Espírito de Deus;
e se Ele não as receber, estará sendo privado daquilo que Lhe é devido. Para que Ele morreu, senão para tornar santo o Seu povo? Para que Ele Se entregou, senão para santificar para Si um povo zeloso de boas obras? Qual foi a recompensa do suor sanguino¬lento das cinco feridas e da agonia da morte, senão que por tudo isso fomos comprados por um preço? Nós O despojaremos da Sua recompensa se não O glorificarmos, e por isso o Espírito de Deus fica entristecido diante da nossa conduta se não proclamarmos os Seus louvores por meio de nossas vidas piedosas e zelosas. E notem bem quando Cristo Se aproxima de uma alma Ele a examina com discernimento agudo. DEle não se zomba. Não é possível enganá-lo. Já pensei ser figo aquilo que acabou se revelando mera folha — mas nosso Senhor não comete nenhum engano assim; nem deixará desapercebidos os figos pequenos, que acabam
de brotar. Ele conhece o fruto do Espírito, seja em que estágio este se achar; Ele nunca confunde a expressão fluente com a possessão real no coração, nem a graça real com a mera emoção. Amados, vocês estão em boas mãos quanto à prova da sua condição quando o Senhor Jesus vem lidar com vocês. Seus companheiros são apressados em seus julgamentos, e podem ser censuradores, ou parciais; mas o Rei pronuncia uma sentença justa. Ele sabe exatamente onde estamos, e o que somos; julga, não segundo a aparência, mas segundo a verdade. Quem dera que nossa oração subisse ao céu nesta manhã: “Jesus, Mestre, vem lançar Teu olhar perscrutador sobre mim, e julga se estou vivendo para Ti,
ou não! Conceda-me que eu veja a mim mesmo conforme Tu me vês, a fim de que meus erros sejam corrigidos, e minhas graças nutridas. Senhor faça com que eu seja realmente aquilo que professo ser; e se ainda não o sou, convença-me da minha falsa condição, e comece uma obra genuína na minha alma. Se eu sou Teu, e se estou certo aos Teus olhos, conceda-me uma palavra bondosa de segurança para cessar os meus temores, e alegremente me regozijarei em Ti como o Deus da minha.
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