Juízes negam casamento à gays em São Paulo e no Rio de Janeiro. Em
entrevista concedida ao jornal O Globo o advogado Alexandre Maciel, da
Comissão de Diversidade Sexual e Combate à Homofobia, da secção de São
Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) disse que a Justiça
paulistana tem negado converter a união estável de pessoas do mesmo
sexo em casamento. Maciel acredita que os juízes agem “por questões religiosas e
pessoais” e que por isso tem entrado com recursos para que o Superior
Tribunal de Justiça decida sobre esses casos, já que em maio do ano
passado o Supremo Tribunal Federal reconheceu a união entre pessoas do
mesmo sexo. “Nos cartórios não há esse tipo de dificuldade. Mas, para fazer a
conversão, os juízes corregedores não averbam e não emitem a certidão
de casamento, o que prejudica, por exemplo, os parceiros que entram com
pedido de pensão no INSS”, disse o advogado. Nos últimos meses Maciel entrou com três recursos junto ao STJ e
agora torce para que esses processos caiam em uma ala menos
conservadora. “A gente tem de recorrer ao STJ e rezar para que o
recurso caia numa turma menos conservadora”. Com sua experiência em casos parecidos, o advogado Alexandre Maciel
tem uma visão sobre esses juízes que não aceitam converter em casamento
as uniões estáveis emitidas pelos cartórios da capital paulista:
“Acredito que esses magistrados se baseiam em questões religiosas e
pessoais, uma vez que entendem que a união homoafetiva fere a
Constituição. Só que há uma súmula vinculante do STF e os juízes
deveriam respeitar a decisão da corte superior”, argumenta ele.
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