Economista e ex-presidente do Banco do
Vaticano, Ettore Tedeschi, entregou, para amigos, relatórios com as
irregularidades da instituição. Ele teme ser morto por alguém da cúpula
do Vaticano desde que começou a investigar algumas contas numeradas do
banco, que seriam de dinheiro sujo de empresários, políticos e
integrantes da máfia.
O economista Ettore Gotti Tedeschi, 67,
ex-presidente do Banco do Vaticano, elaborou um relatório sobre as
irregularidades da instituição para ser entregue a dois de seus amigos,
um advogado e um jornalista do Corriere della Sera, caso ele venha a ser assassinado. A informação é do jornal El País.
A convite do papa Bento 16, de quem é amigo, Tedeschi, membro importante da ordem ultraconservadora Opus Dei,
assumiu em 2009 o Instituto para Obras Religiosas (nome oficial do
Banco do Vaticano) com a missão de tornar transparentes os seus
demonstrativos, o que era (e continua sendo) uma exigência de
instituições financeiras internacionais, de modo a evitar a lavagem de
dinheiro.
O economista foi demitido sumariamente
em maio, um dia depois da detenção de Paolo Gabriele, mordomo do papa,
e apontado como um dos responsáveis pelo vazamento de documentos
confidenciais do Vaticano.
A
rede de intriga na Santa Sé que tem vindo à tona se apresenta tão
densa, que, só pelo noticiário, é difícil localizar o seu eixo.
Fala-se que, além do dinheiro sujo do
Banco do Vaticano, está em jogo o cargo de dom Carlo Maria Viganò,
responsável pelo pelas aquisições de suprimentos – ele estaria atolado
em casos de corrupção.
Há ainda uma versão de que tudo faz
parte de um plano para assassinar Bento 16 e antecipar, assim, a sua
substituição. Um dos inimigos de Tedeschi é o cardeal Tarcísio Bertone,
secretário de Estado e um dos cogitados para suceder Bento 16, que está
com 85 anos.
Se tantas implicações fossem
apresentadas em um filme sobre o Vaticano, alguém poderia dizer que se
trata de um enredo por demais fantasioso.
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