O ministro Gilberto Carvalho, Secretaria-Geral da Presidência da República, chegou na reunião com a bancada evangélica pedindo perdão, não pelas suas palavras, mas pelos sentimentos que a interpretação delas gerou entre os parlamentares. “O pedido de desculpas, de perdão que eu fiz não foi pelas minhas palavras, mas pelos sentimentos que provocaram em alguns deputados e senadores as interpretações que surgiram a partir de Porto Alegre”, disse ele. A reunião aconteceu nessa quarta-feira, 15, em Brasília e tinha como objetivo desfazer esse clima tenso entre os lados. Os parlamentares evangélicos estavam contestando as declarações ditas por Carvalho no Fórum Social Mundial onde afirmou que o PT precisava criar uma mídia estatal para disputar a mídia evangélica. Esse discurso questionado diversas vezes pelos políticos e o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) chegou a pedir que Carvalho assinasse um documento negando as declarações que lhe foram atribuídas, mas o ministro disse preferir divulgar uma nota sobre o caso. Para o presidente da Frente Parlamentar Evangélica, o deputado federal João Campos, as explicações do ministro foram suficientes. “Ele se retratou de forma sincera e fez um gesto nobre de vir à Câmara falar conosco”. Mas apesar disso outros parlamentares disseram que as declarações do secretário-geral não serão apagadas. “Perdoar é diferente de esquecer”, disse Garotinho. “Ninguém pede perdão se não reconhece o erro”, concluiu Magno Malta, líder do PR no Senado e o primeiro a atacar Carvalho nesta polêmica.
Aborto também entra na pauta
A bancada evangélica já estava organizando uma marcha para protestar tanto contra o ministro Gilberto Carvalho quanto pela posse da Eleonora Menicucci que assumiu na semana passada a Secretaria de Políticas para as Mulheres. Por ser favorável ao aborto ela foi alvo de diversas críticas dos parlamentares cristãos. Mas através do secretário-geral a presidente Dilma Rousseff voltou a afirmar que seu governo não pretende alterar a legislação vigente sobre o tema.
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