Pastores e padres cantores não é mais novidade no mercado religioso, mas agora surge uma freira que tem ganhado notoriedade por usar o rap e hip hop para evangelizar jovens dependentes químicos. A irmã Inez de Souza Carvalho mora em Paranaguá, no litoral paranaense, e encontra na música uma forma de se aproximar dos jovens. “Eu precisava evangelizar esses jovens, mas era impossível. Uma freira falar de Deus, catequizar, falar que Deus os ama, é difícil. Eles falavam que isso não existe”, disse ela ao G1.
Cantar e dançar foi a única maneira encontrada para chamar a atenção desse público. “Tem que entrar no mundo deles, ver a realidade, o que eles fazem e como eles vivem. O rap é uma forma para eles se expressarem. Nós usamos a música para resgatá-los e confrontá-los com este mundo vazio que eles vivem”, acredita a freira. E os resultados já começam a aparecer, muitos jovens atendidos já deixaram o vício das drogas e outros encontraram na freira um apoio, chegando a procurá-la até mesmo durante as madrugas através do telefone para pedir ajuda.
A “freira do rap” já tem vídeo clipe gravado, as canções falam de esperança e de Deus oferecendo uma alternativa para quem quer mudar de vida. Outros temas sociais são abordados nas músicas como em “Menor abandonado” que fala sobre quem vive nas ruas. Até a Copa do Mundo se tornou tema das canções de Irmã Inez em “Mundo é meu Brasil” que mistura trechos do hino nacional com palavras contra o racismo e desigualdade. “Eu não posso mais ficar em berço esplêndido deitado, só na tranquilidade, esperando o sol da liberdade. Temos muito o que falar, trabalhar, ajudar”, diz trecho da canção.
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