Grupos judaicos e vítimas de abusos sexuais por padres católicos condenaram sermão do pregador-chefe da Casa Pontifícia em que ele compara críticas ao papa a antissemitismo. Um porta-voz do grupo americano Survivors Network of those Abused by Priests (Rede de Sobreviventes que sofreram Abuso por Padres – Snap, na sigla em inglês) disse que as declarações do padre Raniero Cantalamessa são “moralmente erradas”. “Eles estão sentados no palácio papal, sentem um pequeno desconforto e vão comparar (a experiência) a ser preso, colocado em fila e enviado em vagões para transportar gado até Auschwitz?”, disse Peter Isely. O chefe do Conselho Central Alemão de Judeus, Stephan Kramer, descreveu as declarações do pregador-chefe como “insolentes”. Segundo o jornal americano The New York Times, o rabino-chefe de Roma, Riccardo Di Segni, que recebeu a visita do papa Bento 16 na sinagoga de Roma em janeiro, afirmou: “Com um mínimo de ironia, eu digo que hoje é Sexta-Feira Santa, quando eles rezam para que o Senhor ilumine nossos corações para que reconheçamos Jesus”, em uma referência à tradição católica de pedir a conversão dos judeus. “Nós também oramos para que o Senhor ilumine os (corações) deles.” David Goldberg, da Sinagoga Liberal Judaica de Londres disse à BBC que a comparação entre as críticas ao papa e o antissemitismo é uma analogia inapropriada e demonstra que o Vaticano está fora da realidade.
O VERBO
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