O casal estava em crise, não havia mais respeito entre eles. Por qualquer coisa viviam se agredindo, pareciam estar numa competição ao invés de num casamento. Já não sabiam mais como isso tinha começado. Algumas possibilidades vinham às suas mentes: eles tinham vivido numa gangorra na história comum. No começo do casamento ele era o único provedor da família, tinha uma posição importante na empresa em que trabalhava e cresceu ainda mais. A empresa custeou-lhe estudos, aprimoramentos, e ele soube aproveitar bem as oportunidades que lhe foram dadas, cresceu a ponto de começar a desprezar a esposa que, ao seu ver, não mais conseguia acompanhar o seu ritmo e cultura. Mas a vida lhe pregou uma peça. A empresa, por razões que nada tiveram a ver com ele, foi à falência. E, para piorar a situação, ele foi colhido por uma crise nacional, onde conseguir uma recolocação tornou-se uma impossibilidade.
A esposa há muito fora do mercado, consegue um bom emprego e começa uma trajetória de sucesso. O marido vai, gradativamente, assumindo os afazeres de casa. Os papéis se invertem, ela, mais e mais, passa a jogar-lhe em rosto o novo quadro, questiona-o sobre como ele está se sentindo, agora que os papéis são outros e ela ganha muito mais do que ele nunca ganhou. A vida a dois tornou-se um inferno.
Cansados desse estado de coisa, já prestes a se separarem, resolvem procurar ajuda, começaram a freqüentar um conselheiro bíblico. O terapeuta, uma vez a par do caso, concluiu que a causa do problema era a perda de uma perspectiva.
A Bíblia diz: “Deixará o homem seu pai e sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão uma só carne.” (Gênesis 2:24), falou o conselheiro, acrescentando que essa palavra bíblica celebra a unidade que se tornam homem e mulher, no casamento. Quando essa perspectiva da unidade de perde, entra na arena a competição e com ela o desrespeito.
Quando marido e mulher tem consciência de sua unidade, não importa quem provê o que, ambos trabalham para si mesmos, tanto faz quem ganha mais ou quem ganha menos, o que interessa é que estão juntos construindo um sonho comum. Reina o respeito, todos os papéis são igualmente valiosos, e não importa o quanto a vida os alterne, a unidade relativizará o quadro.
O consulto informou-lhe que se fossem por esse caminho. Encontrariam a cura: porque é assim que a Bíblia fiz.
Ariovaldo Ramos/ Irmãos
Nenhum comentário:
Postar um comentário