Mobilização lembra evangélicos que negros continuam fora das esferas decisórias. A
Aliança de Negras e Negros Evangélicos do Brasil (ANNEB) enviou um
pedido para lideranças de diversas igrejas pedindo para que elas
participassem do Dia Nacional de Denúncia contra a Discriminação, o
Preconceito e o Racismo que foi comemorado no dia 13 de maio. O pedido se estendeu para as igrejas do protestantismo histórico e
também para pentecostais e neopentecostais. Para participar os
pregadores dessas denominações deveriam apresentar histórias bíblicas
com passagens que mostram que Jesus não era preconceituoso e nem
racista. Os sermões também poderiam ser sobre negros ou negras que tiveram
suas histórias narradas no Livro Sagrado como parte de um programa para
tentar acabar com o racismo no Brasil. “Historicamente, as igrejas evangélicas no Brasil sempre se omitiram
em relação às questões racial, social e de gênero, e desconhecem os
anos de luta da negritude pelo reconhecimento de sua identidade no
contexto do segmento evangélico”, lembrou a presidenta da ANNEB,
pastora e professora Waldicéia de Moraes Teixeira da Silva. A ANNEB acredita que é preciso mobilizar as igrejas evangélicas para
mudar o quadro de descriminalização, pois o sistema continua mantendo
“negros e negras longe das esferas de decisão, reproduzindo, com
frequência, nas estruturas das igrejas, a discriminação, o preconceito
e o racismo”. De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(PNAD), de 2005, apenas seis estados brasileiros não possuem
afrodescendentes como a maioria da população, eles são: Mato Grosso do
Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do
Sul. Apesar desses números, os negros no Brasil ainda enfrentam
restrições, 73% da população mais pobre é formada por negros, eles
também representam os piores índices de empregabilidade, os menores
salários e a mais baixa formação educacional. A ANNEB, fundada em 2003, tem trabalhado com o objetivo de debater a
questão racial com todas as esferas do segmento evangélico no Brasil,
mostrando ações afirmativas teológicas voltadas para a ótica da
população negra, fazendo assim com que a cidadania e a igualdade social
sejam asseguradas para todas as pessoas
Com informações ALC
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