Efésios 2. 11-22
Celebraremos 492 anos da Reforma Protestante do século XVI no dia 31 de outubro próximo. Através da Reforma foram resgatadas as marcas da aliança do povo de Deus, essas marcas estão representadas no símbolo de nossa igreja: a cruz, a pomba, a sarça ardente e a Bíblia.
Nesta primeira mensagem refletiremos sobre a marca da cruz. Nosso coração dispara ao pensarmos na cruz, que gloriosa cruz, que grande amor de Deus demonstrado por nós no calvário, a cruz nos atrai, assim como a serpente foi levantada por Moisés no deserto, Cristo foi levantado no madeiro.
Vejamos como a cruz marca a vida do cristão.
1) A cruz nos faz nascer
No v.12 Paulo nos ensina que estávamos sem Cristo, sem esperança e sem Deus no mundo e em Efésios 2.1 vemos que estávamos mortos em nossos delitos e pecados, mas Cristo nos deu vida. Como é possível alguém que estava morto, receber vida? Isso só é possível pelo poder da Cruz. A cruz nos faz nascer para Deus.
No diálogo de Jesus com Nicodemos, Jesus disse que “se alguém não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus” (João 3.3). Para Nicodemos isto era muito estranho, como voltar ao ventre materno e nascer novamente? Isto parece uma loucura. Jesus estava apontando a necessidade nascermos novamente, mas nascer do Espírito: “… importa-vos nascer de novo” (v.7).
Esta é a mensagem, a velha e boa mensagem da cruz. 1 Coríntios 1.18: “Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus”. Para nós é pedido algo impossível de se fazer, não nos é pedido esforço, boas obras ou religiosidade. O que Jesus nos pede é para nascermos de novo. Somos reconciliados (nascemos de novo) com Deus (v.16) apenas e tão somente por intermédio da cruz.
A cruz deixa a marca do novo nascimento para todo aquele que crê. A cruz nos faz nascer para Deus.
2) A cruz nos faz viver
Uma vez que nascemos para Deus precisamos aprender a viver como família de Deus. Agora (v.19) não somos mais estrangeiros e peregrinos, mas nos tornamos uma família. Portanto, toda divisão, barreira ou separação é desfeita “por intermédio da cruz”.
Uma vida de comunhão plena, de intimidade como família de Deus, mesmo que haja diferença entre nós, onde experimentamos a unidade em meio da diversidade, só é possível através da cruz de Cristo em nossas vidas.
Aos pés da cruz não há distinção, não existem ricos ou pobres, pretos ou brancos, cultos ou analfabetos. Todos, indistintamente somos pecadores, necessitados da graça, e feitos irmãos e irmãs através de Cristo. Portanto, ao olhar para uma pessoa, olhe para ela através da cruz, relacionamo-nos uns com os outros por meio da cruz.
V.14 nos afirma isto, ele (Cristo) é a nossa paz, ele derrubou a parede de separação, toda a inimizade. (No templo de Jerusalém havia barreira levantada entre judeus e gentios, e inscrições declarando pena de morte para quem ultrapassasse). Precisamos da cruz em nossos relacionamentos (igreja, família etc).
A cruz deixa a marca da vida em família. A cruz nos faz viver como família de Deus.
3) A cruz nos faz morrer
Tenho um convite a fazer nesta hora. Um convite para morrer. Para que eu e você possamos desfrutar de toda a vida e de todo o benefício da cruz de Cristo é necessário morrermos. A cruz nos faz morrer para nós mesmos. Deus pai quer nos levar à cruz.
Marcos 8.35: “Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por causa de mim e do evangelho salvá-la-á”. O cristão foi chamado para não ter razão, para isto somente através da morte na cruz. Morrer para o pecado, para o vício, para o trânsito, para mentira e tantos outros pecados.
Nos vv.20-22 Paulo nos orienta que somos edificados morada de Deus e santuário do Senhor. Para que Deus viva sua vida em nós é necessário que nosso eu morra e de lugar a vida de Cristo. Assim poderemos dizer como Paulo em Gálatas 2.19-20: “… a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim”.
Está aqui uma decisão importante que devemos tomar. Mateus 16.24: “Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me”. A cruz deixa a marca da morte para o ego. A cruz nos faz morrer para nós mesmos.
Conclusão
A história da humanidade é marcada pela cruz. Através da cruz, nascemos, vivemos e morremos.
E quanto a nós? Sairemos hoje em um trono ou em uma cruz?
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