Pesquisadores da Universidade de Bar-Ilan usaram um programa de computador para analisar o estilo e a escolha de palavras usadas na Bíblia para identificar quantos autores trabalharam na escrita do Livro Sagrado.
Essa não é a primeira vez que acadêmicos tentam provar que os livros foram escrito por diversas pessoas que podem ser distinguidas pelas suas inclinações ideológicas, estilos linguísticos e nomes que usam ara se referirem a Deus. Mas dessa vez o software realizou esse trabalho de séculos em apenas alguns minutos.
Na análise do Pentateuco, livros creditados a Moisés, o programa encontrou dois autores ou grupo de indivíduos, um com ligação “sacerdotal”, por causa de sua aparente ligação com o Templo de Jerusalém, e outra “não sacerdotal”. A mesma separação feita há séculos por pesquisadores.
“Quando o programa de computador analisou o Pentateuco, ele encontrou a mesma separação, concordando com a divisão acadêmica tradicional em 90% dos casos, isto é, recriando em poucos minutos o trabalho de séculos de diversos estudiosos,” afirma Moshe Koppel, professor de ciências da computação da Universidade de Bar Ilan que liderou o grupo de pesquisadores.
Em outras partes, porém o software discordou da interpretação acadêmica tradicional, por exemplo, o primeiro capítulo do livro Gênesis é atribuído a um autor “sacerdotal”, mas o software indicou que não.
O mesmo aconteceu com o livro de Isaías que os pesquisadores tradicionais afirmam que foi escrito por dois autores distintos, com o segundo assumindo a partir do capítulo 39. Sobre essa teoria o programa de computador concordou que o texto pode ter dois autores, mas sugeriu que o segundo começou a trabalhar no capítulo 33.
Teste do programa
Antes de analisar o Pentateuco e outros livros da Bíblia, os pesquisadores de Bar-Ilan testaram o programa misturando passagens dos livros de Ezequiel e de Jeremias em um único texto. Assim que o software começou a analisá-lo, foi separando o texto embaralhado em suas partes componentes “quase perfeitamente”, anunciou a equipe.
O programa trabalha reconhecendo palavras repetidas, como o uso dos equivalentes hebraicos de “se”, “e” e “mas”, e também percebe sinônimos. Em alguns trechos, por exemplo, a Bíblia usa a palavra “makel” para se referir a um cajado, enquanto em outros é usado o termo “mateh” para o mesmo objeto. O software então separa o texto em vertentes que acredita terem sido o trabalho de pessoas diferentes.
informações O Globo
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