Kony 2012 mostra uma batalha espiritual segundo ONG cristã
O vídeo original ‘Kony 2012‘ já foi visto mais de 100 milhões de vezes no YouTube desde que foi postado em 5 de março. Isso sem contabilizar as versões legendadas em outras línguas. Acabou se tornando o viral mais rápido da história, o que chega a ser surpreendente para um material de quase meia hora com imagens fortes. Ele mostra o planeta Terra, fala das novas tecnologias e de como hoje em dia é mais rápido e fácil se comunicar com o mundo. O foco muda para mostrar um pai e filho brancos, que desejam um “mundo melhor”. O homem que dá nome ao vídeo e impede o mundo de ser melhor vive em Uganda, África. Joseph Kony é o líder da guerrilha que se intitula “Exército de Resistência do Senhor” (LRA, na sigla em inglês). Ele já seqüestrou mais de 30 mil crianças e fez delas soldados de seu grupo.
A ONG ‘Invisble Children’ [Crianças Invisíveis], que produziu o vídeo, acredita que a estratégia para eliminar o LRA é fazer o governo americano a enviar tropas para Uganda. Dessa maneira, Kony, que é procurado pelo Tribunal Penal Internacional por crimes contra a humanidade, seria capturado e julgado. De fato, em 2011, Obama enviou 100 militares para ajudar na captura de Kony, mas ele ainda não foi preso. De fato, as ações de Kony têm afetado centenas de crianças e famílias em países como Uganda, Sudão e República Democrática do Congo. Mas muitas pessoas ficaram ofendidas com o vídeo. Enquanto a maioria das pessoas ficou surpresa ao conhecer a realidade do tráfico de seres humanos e das crianças transformadas em soldados, os críticos alegam que o vídeo estimula uma “nova forma de colonialismo e militarização da região”. Dizem ainda que o LRA existe desde a década de 1980 e já perdeu muito de seu poder. E o pior: não é o único exército desse tipo no continente africano. Nos últimos dias, surgiram críticas ferrenhas porque o dinheiro arrecadado pela ONG Invisible Children teria sido usado para custear a produção do filme ao invés de ajudar as vítimas.
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