O Ministério de Absorção de Imigrantes de Israel tem notado um aumento significativo do número de imigrantes brasileiros no país. Só em 2014 o número de pessoas que trocaram o Brasil por Israel foi de 356, em 2013 foram apenas 209 imigrantes. Os números prévios de 2015 já apontam um crescimento de 38% em relação aos primeiros meses do ano passado. “De janeiro a meados de abril desse ano recebemos 158 brasileiros”, diz o órgão responsável por acolher os imigrantes. Israel tem cerca de 12 mil brasileiros, números que estão crescendo na mesma proporção dos imigrantes que partem de outros países.
Israel recebe todos os judeus e incentiva a ida desse povo para a Terra Santa. Em 2014 26,5 mil pessoas foram integradas e se tornaram novos cidadãos israelenses, números que estão cada vez maiores. A adaptação no país pode ser mais complicada para quem não fala hebraico, mas apesar das diferenças linguísticas e culturais apenas 10% de imigrantes desistem e voltam para o Brasil. “O imigrante precisa ser flexível e paciente”, diz a psicóloga Rita Cohen Wolf em entrevista à Folha de São Paulo. “No caso do brasileiro em Israel, há um grande choque: eles deixam de conviver com a cultura serviçal do ‘pois não’ para lidar com o povo pragmático que sempre luta pela sobrevivência”. Ao contrário do que acontece em outros países, no Brasil não há campanhas de incentivo para que os judeus se mudem para Israel. Mas na busca da identidade judaica, muitas famílias estão deixando o país.
A ONG Olei Brasil realiza um trabalho de apoio aos imigrantes brasileiros, cerca de 120 voluntários oferecem apoio emocional e prático como ajuda por busca de moradia e em matrícula escolar. Já a ONG Gvachim oferece auxílio para quem busca por emprego. “Sem network, os imigrantes têm dificuldade para encontrar uma nova posição no mercado”, diz Gali Shahar, CEO da ONG. “Nosso papel é ajuda a mão de obra qualificada a firmar raízes em Israel antes que se frustre e retorne ao país de origem”, completa.
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