As cidades brasileiras possuem problemas semelhantes como transporte público, saúde, educação e emprego. Todos esses problemas poderiam ser solucionados através da política, mas alguns parlamentares usam o cargo dado pelo povo para agir em benefício próprio. É isso que uma reportagem do Diário do Amazonas publicou nesta segunda-feira (18) ao falar sobre os projetos religiosos apresentados pelos vereadores de Manaus.
Desde fevereiro, quando retomaram aos trabalhos, os vereadores da capital apresentaram nove projetos com objetivos religiosos. A vereadora Pastora Luciana (PP) é autora de três projetos, ela chegou à Câmara como suplente do Dr. Gomes que se elegeu como deputado estadual. Um de seus projetos mais polêmicos – que tem levantado um debate na cidade – é o PL de 125/15 que visa autorizar por lei manifestações religiosas como palestras e pregações nos terminais de ônibus da capital com o uso de caixas de som.
Ainda de autoria da vereadora Pastora Luciana é o PL nº 075/15 que propõe a instituição de uma capelânia na Guarda Civil Metropolitana. Segundo ela, o serviço seria importante para dar assistência religiosa aos integrantes da Guarda e seus familiares. Outro projeto religioso citado pelo site D24am é de autoria do vereador Marcel Alexandre (PMDB) que quer instituir a Semana da Família Tradicional Cristã. Ainda nesse ramo de criar dias especiais, o vereador Felipe Souza propôs o Dia do Missionário, a vereador Pastora Luciana apresentou a proposta para o Dia do Círculo de Oração e o vereador Amauri Colares quer criar o Dia da Mulher Cristã e o Dia do Capelão Evangélico.
Colares é o autor do PL nº 276/14, que prevê a construção de um monumento à Bíblia, uma obra que será custeada por associações civis, mas que terá a supervisão da Prefeitura de Manaus. Em entrevista ao Diário do Amazonas o sociólogo e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Luis Antônio Nascimento, disse que esses projetos são “vergonhosos” por não atender aos reais anseios da população. “É aí que você percebe a incapacidade intelectual para elaborar projetos políticos, é injustificável que os projetos sejam voltados para o seu próprio umbigo, que atendam as reivindicações de quem está próximo a eles”, disse o professor.
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