“E nasceram a José dois filhos (antes que viesse um ano de fome), que lhe deu Azenate, filha de Potífera, sacerdote de Om.” “E chamou José ao primogênito Manasses, porque disse: Deus me fez esquecer todo o meu trabalho, e de toda a casa de meu pai.” “E ao segundo chamou Efraim; porque disse: Deus me fez crescer na terra de minha aflição.” (Genesis 41:50-52 - Edição Corrigida e Revisada, Fiel ao Texto Original) Em se tratando de um dos personagens bíblicos mais presentes em sermões de vitória e prosperidade, o sentido que abordaremos acerca do texto bíblico em destaque pode passar desapercebido ao leitor menos atento, ou até mesmo soar estranho, pois o mesmo encontrar-se localizado geograficamente em uma seção que descreve o sucesso de José como governante do Egito.
Desta forma, destacam-se no texto as palavras "esquecer” e “aflição” que trazem implícitas certa carga emocional negativa à narrativa bíblica, e parecem indicar que mesmo atingindo o ápice de sua carreira profissional, José sofria pelos seus muitos trabalhos, pelo passado de rejeição familiar, bem como por não se sentir em casa naquela terra. Apesar do reencontro, do perdão concedido e do nascimento de seus filhos, fatos esses, que com certeza lhe trouxeram grande consolo, todavia, não é forçoso concluir que não bastou ser abençoado e ser benção para deixá-lo plenamente feliz, isso porque há uma coisa que continua a incomodá-lo, isto é, a saudade da terra prometida que ainda encontrava-se viva em seu coração.
No último capítulo do livro de Genesis o narrador informa que “José fez jurar os filhos de Israel, dizendo: Certamente vos visitará Deus, e fareis transportar meus ossos daqui”. (v. 25) A inquietação de José é mesma de todos nós, desde a queda, nos sentimos deslocados neste mundo, sempre a procura de algo que nos falta, pois não somos deste mundo. Nesse diapasão, podemos concluir que não há vitória no Egito ou em qualquer outra terra de peregrinação, mas apenas uma passageira alegria em razão da providência divina, em razão disso, não podemos nos contentar com este mundo, porque “sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo está no maligno”. 1 João 5:19
E nesse espírito, devemos olhar para além do Egito, para além da Babilônia, para além de Roma, para além das conquistas em terra estrangeira, e deixar que as saudades do céu nos motive à buscarmos esse lugar onde nos sentiremos amados e completos pela presença de Deus. Por isso, caro leitor/leitora, esforça-te e tem bom ânimo, sê forte e corajoso/corajosa, e siga em direção da terra prometida.
Co-autor: Adriano Machado Santos
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