Um sinal do fim dos tempos? Disse Jesus: “Nação se levantará contra nação, e reino contra reino. Haverá grandes terremotos, fomes e pestes em vários lugares, e acontecimentos terríveis e grandes sinais provenientes do céu” (Lc 21.10-11). Este texto faz parte do sermão profético de Jesus sobre o fim dos tempos. Sabemos que por milênios a humanidade atravessa por estes males, todavia, de forma tão intensa e constante estamos presenciando isso como nunca em nossos dias. E agora, simultaneamente, com a realidade de tantos países em conflitos civis e internacionais, uma nova pandemia avança pelo continente africano, trata-se do mortal ebola. A África ocidental está enfrentando a maior epidemia já vista do ebola, um vírus extremamente agressivo para o qual não há tratamento ou vacina. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), já são mais de 1,2 mil casos, com 673 mortes desde o início da epidemia, em março deste ano. O surto já atinge quatro países africanos.É uma situação muito delicada e assustadora, uma vez que a doença é muito cruel, mortal e a epidemia não tem solução fácil, e as péssimas condições de higiene básica é um convite a disseminação do vírus pelo solo africano. O presente surto começou em vilarejos rurais na Guiné, país do oeste africano, em março deste ano. Nos meses seguintes, se espalhou por dois países vizinhos, Serra Leoa e Libéria. Segundo a organização Médicos Sem Fronteiras, a epidemia está diminuindo na Guiné. No entanto, o número de casos aumentou em Serra Leoa e Libéria.Autoridades de saúde estão em alerta após ser detectado o primeiro caso na Nigéria. Há alguns dias, um homem da Libéria morreu de ebola em Lagos, a maior cidade nigeriana. A notícia é preocupante porque, antes de chegar à Nigéria, o homem passou por Togo e os sintomas começaram a aparecer ainda na viagem no avião. A OMS enviou equipes para a Nigéria e para o Togo e o hospital onde o homem morreu está em quarentena.O ebola já fez várias vítimas entre profissionais de saúde, em particular no Centro de Combate ao Ebola de Kenema, onde vários enfermeiros morreram e outros foram infetados, incluindo o diretor. O médico Sheik Umar Khan, considerado um dos melhores especialistas sobre o vírus de Serra Leoa, contraiu o ebola e faleceu. O governo de Serra Leoa classificou o médico como um “herói” pelos seus esforços para controlar a doença. Além dele, o médico americano Kent Brantly que tratava pacientes na Libéria, também foi infectado. Outra vítima, uma voluntária americana que serve na mesma base também está doente e sendo tratada.
Até hoje, houve 21 surtos de ebola – sem contar os casos isolados de apenas um paciente – desde que o vírus foi detectado em humanos pela primeira vez na República Democrática do Congo, antigo Zaire, em 1976. O nome do vírus é o mesmo de um rio da região. Antes da crise atual, o ebola matou 1.587 pessoas, dois terços dos infectados, de acordo com uma contagem da AFP (Agence France Presse), feita com base em dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). O estágio final da doença é devido ao esgotamento dos fatores sanguíneos da coagulação, resultando em hemorragias internas extensas, edema generalizado e morte por choque hemorrágico. As fezes são geralmente pretas devido às hemorragias gastrointestinais e poderá haver ou não sangramento do nariz, ânus, boca e olhos. Dependendo da sua estirpe, há casos de hemorragias na derme, ocasionando o sangramento pelos poros do corpo. A morte surge de um dia a duas semanas após o início dos sintomas.A taxa de mortalidade da doença e o tempo para o falecimento de uma pessoa depende da estirpe do vírus e do estado de saúde da população afetada. Em geral, o ebola mata suas vítimas em poucos dias, podendo levar até nove dias, e a mortalidade pode variar de 50% a 90%. Não há vacina, cura e nem tratamentos eficazes. Os doentes devem ser postos em quarentena e os familiares devem ser impedidos de ter qualquer forma de contato com o doente, ou mesmo de tocar o corpo após o falecimento. Devem ser administrados os cuidados básicos de suporte vital como restabelecimento de eletrólitos e fluídos perdidos, além de possíveis tratamentos paliativos.Os meios de luta contra o ebola escasseiam, de acordo com um epidemiologista da OMS. “Os recursos que precisamos desesperadamente são: pessoal, equipamento de proteção, medicamentos e equipamento hospitalar geral. Isso é uma emergência, estamos a lutar contra uma coisa que já se alastrou bastante e que vai tornar-se muito maior se não tivermos muitos mais recursos”. Será que estamos vivendo nossos últimos dias na Terra? O que fazer? Aprendi uma frase quando criança: “Vivamos o dia de hoje, como se Cristo voltasse amanhã”. Creio que é assim que devemos viver! E como nos aconselhou Paulo também: “Tenham cuidado com a maneira como vocês vivem; que não seja como insensatos, mas como sábios, aproveitando, ao máximo cada oportunidade, porque os dias são maus” (Ef 5.15-16). Que Deus tenha misericórdia! Oremos por livramento e por salvação de todos os povos.
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