1 Coríntios 6:12-14, “Tudo me é permitido”, está entre aspas. Assim também a frase do versículo seguinte “Os alimentos foram feitos para o estômago e o estômago para os alimentos” também se encontra entre aspas. O que isso significa?

A Balada De Hoje

À luz do estudo deste texto, dentro de seu contexto histórico, podemos chegar a algumas conclusões. Talvez alguns discordem, mas eu vejo um paralelo enorme entre as baladas que cativam a juventude da nossa época e as práticas da cidade de Corinto. Nossa sociedade secularizada (ou por influencia do monoteísmo) não aceita mais os deuses da Antiguidade, como Afrodite, mas os valores que estes deuses personificavam continuam sendo “adorados”. Alguém discorda que as baladas são um culto secularizado ao “amor (gr. eros), beleza e sexualidade”?

Além disso, as baladas promovem um alto consumo de álcool e drogas (quantos jovens não perdem a vida por acidentes de trânsito causados por embriaguez após sair da balada somente no Rio Grande do Sul?). Os “baladeiros” ignoram, mas um dos maiores responsáveis pelo aumento do consumo de drogas foi o escritor Adouls Huxley, que propunha o uso de LSD como uma “experiência existencial”. Só para lembrar, a filosofia existencialista secular é aquela que pregava que, devido à inexistência de Deus, o homem carece de sentido e, portanto, cada indivíduo deve buscar um sentido para sua existência. Acaso não é isso que acontece a cada final de semana nas baladas? Jovens sem um sentido concreto de existência que buscam experiências nas drogas e na sexualidade para preencher qualquer rastro de vazio e desespero interior. Não são poucos os jovens que parecem “viver” para a balada.

O Cristão e a Balada

Qual deve ser a postura de um cristão, então, em relação às baladas? Creio que, de acordo ao que foi citado acima, o cristianismo constitui uma antítese a essas festas. Eu me arrisco a dizer que a balada tem uma proposta religiosa secularizada. Liberdade, amor, alegria, plenitude não é o que propõe o cristianismo? Os limites cristãos, a adoração a um único Deus e o propósito de vida oferecido por Jesus ao cristão fornecem bons argumentos filosóficos para que o cristão não frequente estes lugares. Porém, acredito que há argumentos pragmáticos que podem ser mais convincentes.

Acredito que as baladas tem um apelo sexual extremo ao qual o cristão não deve ser exposto. Sem dúvida, somos expostos a apelos sexuais durante o dia todo, através da televisão, outdoors ou na própria rua. Porém, expor-se voluntariamente a isto é ir contra a Palavra de Deus, que afirma, no livro mesmo de 1 Coríntios 6:18 “fugi da imoralidade (porneia)”. Além disso, o ambiente da balada fomenta todo o tipo de atitudes que a Bíblia certamente condena. Por exemplo, um estudo da Universidade de Toronto e outro da Universidade da Carolina do Norte comprovaram que até a iluminação da balada propicia a desonestidade[2]. Também há um apelo grande ao consumo de bebidas e drogas. Não estou dizendo com isso que o cristão não possa consumir bebida alcoólica – este é outro assunto que merece um post tão grande quanto este, porém se forma um ambiente de suposta liberdade que fomenta todo o tipo de vícios.

Talvez muitos não se identificaram com nenhum destes argumentos, acreditando que realmente não há contradição entre ser cristão e frequentar um ambiente assim. Outros dirão que tem motivações bem distintas a essas descritas acima e que não são influenciados pelo que propõe o ambiente da balada (o que eu duvido muito) por serem cristãos maduros. Neste caso, a Bíblia tem uma última advertência: não faça nada que possa levar seu irmão a tropeçar (ex. 1 Coríntios 10:32). Se você se acha um cristão maduro, certamente influenciará outros cristãos não maduros a frequentar tais ambientes e que, certamente, acabarão influenciados pelos apelos das baladas.