“E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades.” (Filipenses 4.19) Em vez de dinheiro, os cristãos em Filipos receberam uma bênção sem limites e foram enriquecidos pelas fervorosas orações do apóstolo Paulo! Veja como ele invoca sinceramente bênçãos sobre as suas cabeças! Tão grande foi o desinteresse de Paulo, que não havia nada de egoísmo na sua alegria. Ele não falou a respeito de necessidade própria, pois ele sabia como padecer necessidade, sem queixa. Havia muito pouco de bondade no velho mundo romano e grego ao qual Paulo pregou o Evangelho. Aqueles eram tempos de grande dureza de coração, até à insensibilidade cruel. Não havia nenhum tipo de provisão para os pobres. Se um homem fosse pobre, ele poderia morrer de fome. Pode ter havido, aqui e ali, uma mão que deu moedas aos pobres, mas, na maioria das vezes, a caridade estava morta.
Mas aqui estão as pessoas que residiam em Filipos pensando naquele que lhes havia pregado o Evangelho e que agora estava sofrendo na prisão. Eles são movidos por um novo princípio – o amor a Deus em Cristo Jesus criou o amor pelo homem, cujas palavras lhes havia mudado. Eles não iriam abandoná-lo, mas, por meio dos seus próprios parcos recursos, alegrariam sua triste condição, enviando-lhe voluntariamente, a sua oferta. O apóstolo lhes deu a garantia, nos versos seguintes que eles seriam recompensados abundantemente por tudo o que lhe fizeram. Ele lhes disse: “Vocês me ajudaram; mas o meu Deus lhes suprirá. Vocês me ajudaram em uma das minhas necessidades – a de roupas e de alimentos. Eu tenho outras necessidades que vocês não poderiam me ajudar, mas o meu Deus suprirá todas as vossas necessidades de Sua riqueza em glória. Vocês me enviaram Epafrodito com a sua oferta. E agiram bem! Ele é um irmão muito digno, e um verdadeiro companheiro de jugo. E por tudo isso, Deus lhes enviará um mensageiro melhor para vocês, pois Ele suprirá todas as suas necessidades em Cristo Jesus. ”
Parece-me que ele traçou um paralelo de suas necessidades com as deles e de sua provisão por eles, com a provisão deles com os suprimentos do Senhor. Ele parece dizer – Assim como Deus, através de vocês, me encheu, por isso, ele deve, por Cristo, encher vocês. Essa é uma tradução do grego que mais se aproxima do significado: “Meu Deus deve encher todas as vossas necessidades segundo as suas riquezas em glória, por Cristo Jesus.”, porque o verbo “suprir” em nosso texto, ou “encher”, que usamos aqui, é vertido da palavra grega “plerô” que significa completar, aperfeiçoar, cumprir, encher até à medida plena.
Vocês me permitem fazer uma pausa aqui, por um instante? Eu me lembro da história da viúva do profeta cujos filhos estavam prestes a serem vendidos por causa de uma dívida, e como o azeite foi multiplicado nos vasos que ela tomou emprestados até que tivesse o suficiente para a quitação da dívida, e também para garantir o seu sustento e dos seus filhos. Agora, por favor aplique este quadro ao que temos aqui, em primeiro lugar, os vasos vazios. Coloque-os em linha, “todas as vossas necessidades.” Em segundo lugar, quem irá enchê-los – “Meu Deus encherá (suprirá) toda a sua necessidade.” Em terceiro lugar, o modo como Ele vai fazê-lo – “segundo as suas riquezas em glória.” Em quarto lugar, por meio de quem Ele irá fazê-lo – “por Cristo Jesus.”
I. Vejamos então, em primeiro lugar a definição dos vasos vazios. “Meu Deus suprirá todas as vossas necessidades.” Tragam seus vasos, mesmo os vazios! “Todas as suas necessidade.” Muito bem, coloque-as para fora. Não esconda nenhuma delas, mas coloque-as uma após outra, numa longa fila, todas elas. Há necessidades de seu corpo, necessidades para a sua alma. Há necessidades para as suas famílias para o presente, para o futuro, e as necessidades para a eternidade. São tantas como os cabelos das suas cabeças.
Até que as provisões se escasseiem, não podemos esperar vê-las supridas – quando elas baixarem, então Deus virá e lidará graciosamente conosco! O dinheiro é, no entanto, nossa menor necessidade – precisamos de graça, sabedoria, luz e consolo – e os teremos. Todas as nossas necessidades são ocasiões para bênçãos. Quanto mais você precisar mais bênçãos você terá. Deus prometeu preencher todas as suas necessidades. Ou seja, todos os seus recipientes vazios serão preenchidos e, portanto, quanto mais, melhor! O
quê? Ter mais necessidades é melhor? Sim, eu gostaria que sua fé cresse nesta estranha declaração – a sua pobreza será a sua riqueza, a sua fraqueza a sua força, a sua humilhação a sua exaltação! Suas necessidades extremas serão uma oportunidade que Deus vai usar para mostrar as riquezas da sua graça! Para sua completa penúria Ele trará toda a plenitude de Sua Graça inesgotável e lhe encherá até que seu cálice transborde! Não chorem por causa dos vasos vazios, mas coloquem-nos em fileiras em plena expectativa de serem cheios até a borda! Algumas de nossas necessidades se renovam todas as manhãs. A graça que eu tinha há cinco minutos não vai me servir agora. Ontem eu posso ter possuído grande amor, muita fé, muita coragem, muita humildade, muita alegria, mas eu também preciso de tudo isto hoje e ninguém pode dá-lo a mim, mas somente o meu Senhor. Você teve muita paciência em sua última tentação. Sim, mas a antiga paciência é coisa velha. Lembremos, quanto à aplicação da promessa, que o apóstolo está falando com pessoas de caráter aprovado por Deus. Ele está falando aos filipenses: Vocês têm sido generosos em ajudar o servo do Senhor, e o Senhor lhes recompensará.
II. Em segundo lugar, vejamos quem encherá esses vasos. Paulo diz: “o meu Deus suprirá todas as vossas necessidades.” “Meu Deus!” Oh, isto é grande! Seria insensato falar se algum outro nome fosse mencionado! Deus pode suprir todas as necessidades de seu povo, pois Ele é Todo-Suficiente – mas ninguém mais pode. Ele pode fazê-lo sem qualquer ajuda, pois nada é difícil demais para o Senhor. “Para os que esperam no Senhor não faltará qualquer coisa boa.” Aquele que promete encher todos os seus cântaros vazios é quem pode fazê-lo, não há limite para a bondade e o poder de Deus!
Maravilhosamente Deus tinha protegido Paulo da maldade dos que procuraram tirar a sua vida, de modo que ele foi capacitado a triunfar em todos os lugares na pregação do Evangelho! E, assim, tinha aprendido no dia a dia a ter uma maior e firme intimidade com o seu Deus, e dizer: “Meu Deus!” com muita ênfase. Jeová não era para Paulo, o deus desconhecido, mas, “Meu Deus”. Com Deus ele habitou e nele ele repousava todos os seus cuidados. Este mesmo Deus é o nosso Deus! Pense nisso, pobre amigo, em sua hora de necessidade. Pense nisso, filho de Deus em apuros, você tem o mesmo Deus que Paulo tinha e Ele é tanto seu quanto era de Paulo! Seu braço não tem se encurtado, nem tem o seu coração endurecido em relação a qualquer de seus filhos! ”Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?”. O que irá nos negar Aquele que nos tem dado a melhor joia que possuía, que o próprio Céu não poderia conter? O que estou fazendo para ser de uma mente duvidosa? Ele é meu Pai e Ele me deixou padecer necessidade? O quê? Eu, morrendo de fome, e meu Pai possuindo o Céu? Não, não
Charles Haddon Spurgeon, elaboradas pelo Pr Silvio Dutra.
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