O leitor Leandro Dias, de São Paulo, pergunta:
A paz do Senhor, pastor Ciro. Aqui no meu bairro uma determinada igreja colocou uma faixa bem grande na frente do templo: ‘Até agora nada determinastes em meu nome. Determinai e recebereis para que o vosso prazer se cumpra’ (João 16.24). Se você ainda não aprendeu a determinar, participe de uma de nossas reuniões e aprenda a receber as bênçãos de Deus. Estou confuso; pode me ajudar?
Pastor Ciro responde:
Conquanto pessoas estejam “determinando” sobre as suas carteiras, para que fiquem cheias de dinheiro, ou sobre os seus corpos, para que fiquem sadios, o Senhor Jesus ensina-nos a pedir ao Pai em seu nome, e não a determinar (Mt 7.7-11; Jo 14.13; 16.24, etc.). Na foto acima — tirada pelo próprio irmão Leandro — vemos um grave pecado contra o Deus da Palavra e a Palavra de Deus: o de torcer as Sagradas Escrituras, fazendo-as dizerem o que não dizem (Ap 22.18,19; Dt 12.32).
Os falsos mestres torcem, falsificam as Escrituras (cf. 2 Pe 3.16; 2 Co 2.17), afirmando que o sentido do termo “pedir” equivale, no grego, a “determinar” e “exigir”. Valem-se da eisegese (não confunda com exegese), método pelo qual se cria uma doutrina, para depois encontrar na Bíblia versículos isolados, que, pretensamente, avalizem interpretações diferentes das usuais e comuns.
É pecado contra o Deus da Palavra e a Palavra de Deus, repito, afirmar que o termo “pedir” em João 14.13; 15.16; 16.24,26 e passagens correlatas significa “determinar”. Fazer isso é querer ajustar a mensagem da Bíblia ao raciocínio humano. Será que todos os eruditos que traduziram as Escrituras para os vários idiomas erraram? Afinal, nenhum deles empregou “determinar” em lugar de “pedir” nas passagens supramencionadas.
João Ferreira de Almeida traduziu o verbo grego aiteõ, em João 14.13, por exemplo, para “pedirdes” (cf. ARC e ARA). Nas traduções inglesas King James Version eNew Internacional Version, empregou-se o verbo ask(pedir). E, na famosa versão espanhola de Casiodoro do Reina, o verbo aplicado foi pediereis. W. E. Vine afirmou: “O verbo aiteõ sugere na maioria das vezes a atitude de um suplicante, a petição daquele que está em posição inferior àquele a quem a petição é feita; por exemplo, no caso de homens ‘pedindo’ algo a Deus (Mt 7.7)...” (Dicionário Vine, CPAD, p.860).
Mas os defensores da “determinação”, quando tentam explicar o seu pecado de torcer a Palavra de Deus, se complicam mais ainda! Asseveram que determinam ao Diabo, e não de Deus! Como explicar, então, as palavras do Senhor Jesus em João 15.16: “a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vos conceda”, posto que foram dirigidas diretamente ao Pai, e não ao Diabo?
Infelizmente, muitos estão “determinando” porque aprenderam a fazer isso com o missionário fulano de tal. Mas o melhor mesmo é aprendermos com o Bom Pastor Jesus Cristo, que disse: “Pedi, e dar-se-vos-á... Porque aquele que pede recebe...” (Mt 7.7,8).
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