O capítulo 7 de Lucas começa falando de um centurião, um oficial romano convertido ao judaísmo e temente a Deus. Além de ter construído uma sinagoga, o lugar onde os judeus fazem suas leituras e orações, sua preocupação com um servo doente é notável. Ele pede a alguns religiosos judeus para irem chamar Jesus para curar seu servo. Eles vão ao encontro de Jesus e suplicam: “Este homem merece que lhe faças isso, porque ama a nossa nação e construiu a nossa sinagoga” (Lc 7:4-5). Jesus os acompanha e ao chegar perto da casa recebe outro recado do centurião, que diz:
“Senhor, não te incomodes, pois não mereço receber-te debaixo do meu teto. Por isso, nem me considerei digno de ir ao teu encontro. Mas dize uma palavra, e o meu servo será curado. Pois eu também sou homem sujeito a autoridade, e com soldados sob o meu comando. Digo a um: ‘Vá’, e ele vai; e a outro: ‘Venha’, e ele vem. Digo a meu servo: ‘Faça isto’, e ele faz”. Ao ouvir estas palavras, Jesus volta-se para a multidão e comenta: “Eu lhes digo que nem em Israel encontrei tamanha fé” (Lc 7:6-8).
O estado de incredulidade em Israel é tão grande, que um gentio é apresentado como exemplo das qualidades que Jesus busca naqueles que creem nele. Que qualidades? Primeiro, a humildade. Os judeus acham importante dizer a Jesus que o homem merece ter seu pedido atendido por ter construído a sinagoga, mas o próprio homem diz de si mesmo: “Não mereço receber-te debaixo do meu teto”.
Se você deseja obter de Deus um favor, seja a salvação eterna ou o atendimento a alguma necessidade de sustento ou saúde, precisa reconhecer que não merece coisa alguma. A única coisa que merecemos por nossa desobediência e rebelião é o lago de fogo. Mas Deus, em misericórdia e graça, quer salvar e abençoar quem crê em Jesus e vai a ele contrito, quebrantado e arrependido.
A outra qualidade do centurião está no quanto ele confia na Palavra de Jesus. Ainda que o próprio Jesus não esteja presente, ele sabe que a sua Palavra é suficiente. Quão diferente é essa atitude de muitos que questionam a Palavra de Deus e correm atrás de suas próprias filosofias. Não, eu não estou falando de ateus e incrédulos; estou falando de crentes que preferem dar ouvidos às suas sensações, ideias e experiências ao invés de conferirem tudo pela Palavra de Deus.
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