Jesus diz: “Não julguem, e vocês não serão julgados. Não condenem, e não serão condenados. Perdoem, e serão perdoados” (Lc 6:37). Aqui ele não fala do perdão judicial, absoluto e eterno, que já foi garantido na cruz a todo aquele que crê nele, quando Jesus assumiu a culpa e pagou a pena do pecador. Se Jesus tomou seu lugar e pagou sua pena, não há de quê Deus o acusar, não é mesmo? Porém sempre que você julga ou se nega a perdoar seu semelhante, estraga sua comunhão com o Pai e ele é obrigado a julgar e aplicar uma disciplina em você. Mas isso é cancelado quando você, arrependido, confessa sua falta e perdoa seu próximo. É deste julgamento, condenação e perdão que Jesus fala aqui. Por ter sido completamente perdoado e salvo, você pode agora chamar a Deus de Pai e ser chamado por ele de filho.
Vivendo nesta nova esfera de responsabilidade, você jamais perderá sua posição de filho, mas pode perder sua comunhão com o Pai, e esta não será restabelecida enquanto não se retratar. Sua responsabilidade, portanto, é de não julgar o seu próximo para não ser julgado por seu Pai; de perdoar, para receber o perdão paternal, e não judicial, e assim viver feliz na família de Deus. Enquanto você não acerta o passo, o Pai o deixa de castigo e o priva do prazer de sua companhia. Agora você entende por que tantas vezes vive abatido, triste e deprimido. Olhe para trás e veja se não tem alguma pendência a ser resolvida com alguém.
Veja que aqui também o ato de receber está condicionado ao ato de dar. No sentido absoluto, podemos exclamar como Paulo no capítulo 8 de Romanos: “Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou a seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos dará juntamente com ele, e de graça, todas as coisas?” (Rm 8:31-32). Afinal, nosso “Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo” (Ef 1:3). Este é o lado absoluto e eterno do que recebemos.
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