A entrada da cidade de Americana, interior de São Paulo, tem uma placa com os dizeres “Essa cidade pertence ao senhor Jesus Cristo”. A placa não tem agradado alguns munícipes que resolveram protestar vandalizando o espaço. Instalada em dezembro pelo ex-prefeito interino Paulo Sérgio Vieira Neves, o Paulo Chocolate (PSC), a placa já foi alvo de dois atentados, o primeiro foram pichações e agora um cartaz colado a baixo do nome de Jesus com nome de outros deuses.
Os vândalos colocaram uma placa que diz que a cidade também é de “Oxalá, Allah, Buda, Amaterasu, Shiva, Monstro de Espaguete Voador, Kamisama, Kim Jong-Un, Jah, Lúcifer, Odin, Zeus, Tupã, Hirohito, Júpiter, Rá, Rosana, Goku, Kratos, Castiel, Morgan Freeman, Chuck Norris, Inri Cristo, Joe Pesci e Eu”. Um dos participantes do “protesto” concedeu entrevista pedindo para não ser identificado, o homem de 29 anos afirmou que o ato serve para questionar o uso da religião por um estado laico. “Eu sou cristão, assim como pessoas que participaram do ato, mas a placa desrespeita a liberdade de crença. Se o Estado é laico, não poderia ter uma mensagem religiosa”, disse ele ao jornal Todo Dia.
Quando a placa foi inaugurada o jornal chegou a questionar o professor de direito constitucional e público Cláudio Araújo Pinho, da Fundação Dom Cabral, do Rio de Janeiro, para saber se ela fere ou não a Constituição. No entendimento de Pinho, a instalação da placa pode ser questionada judicialmente, mas não se configura em crime. O gesto do ex-prefeito interino, porém, é comum e está atrelado à cultura brasileira, segundo o entendimento do especialista. “No plenário do Supremo, por exemplo, há um crucifixo católico. Há um fator cultural que influencia nessa questão, pela formação católica do País”, disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário