Mesmo sofrendo com a perseguição religiosa do Estado Islâmico, e o estado de caos em que a Síria está mergulhada por conta da guerra civil contra o regime do presidente Bashar al-Assad, um pastor evangélico se recusa a deixar o país por entender que é preciso resistir. (foto), um pastor armênio que lidera uma igreja na Síria, visitou os Estados Unidos para participar do Café da Manhã no Dia Nacional de Oração, que reuniu diversas lideranças cristãs e políticas do país, incluindo o presidente Barack Obama.
Na entrevista à emissora Christian Broadcasting Network, Harout pediu que seu nome completo fosse omitido por questões de segurança. “Nossa vida se tornou muito perigosa e estamos nos sentindo mais responsáveis para com as pessoas que estão servindo […] Esta nação devastada [Síria] precisa de pessoas cheias do Espírito, de amor e compaixão e nós estamos tentando estar com elas, enquanto a guerra também está lá”, afirmou. O templo da igreja liderada por Harout fica em Alepo, e funciona como um centro que atende a toda a comunidade, sejam cristãos ou muçulmanos, e oferece ajuda a quem, de alguma forma, sofre com a guerra.
“A nossa igreja e o nosso pátio estão localizados em uma região dominada pelo islamismo e todo mundo vem à nossa clínica. Eles nos procuram pelo nosso centro de ação de serviço social e nós tentamos e estender a mão e ajudar especialmente quando ocorrem os cortes no fornecimento de água fora em Alepo”, afirmou o pastor. A alegria da congregação, segundo Harout, é compartilhar as conquistas com a população: “Nós nos sentimos muito bem em saber que tudo o que temos de riqueza ou possibilidades, acessibilidade, tentamos partilhar com a comunidade, sem qualquer discriminação. Este é o nosso ensino, esta é a nossa fé, e isso é que os sírios devem fazer em seu país”, frisou.
Na entrevista, o pastor destacou que muitos templos foram destruídos na Síria, por conta da ação dos terroristas do Estado Islâmico e também por causa da guerra entre as forças armadas do país e os grupos rebeldes, que querem forçar a saída de Assad do poder. No entanto, o pastor revelou que, imediatamente após um templo ser destruído, os membros daquela igreja se reúnem e começam repará-lo, para que tenham a sensação de que podem retomar a vida. E são esses detalhes que, segundo Harout, ele e sua família não deixarão o país: “Temos que estar lá, temos de ser protetores das nossas igrejas, nossas escolas e nossos clubes sociais […] Estamos muito preocupados com todos os que saíram, porque estamos ouvindo tantas histórias de que eles não estão em boas condições”, afirmou, fazendo referência aos refugiados que tentam alcançar a Europa e a América.
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