O Senhor foi crucificado às 9 horas da manhã e permaneceu na cruz até as 15 horas da sexta-feira (Marcos 15.25, 34, 37). Jesus falou sete vezes durante estas seis terríveis horas.
Mesmo sob o efeito de sua exaustão emocional do estresse da noite (Lucas 22.44), em meio a muita dor física das agressões (Mateus 27.30), da coroa de espinhos em sua cabeça (Mateus 27.29) e dos pregos em suas mãos (João 20.25), Jesus teve a capacidade de olhar ao seu redor e observar atentamente as pessoas. Interpretou seus corações e mentes, importando-se sinceramente com todos. Suas três primeiras palavras na cruz foram:
Palavras de intercessão – “Pai, perdoa esta gente! Eles não sabem o que estão fazendo” (Lucas 23.34 – NTLH). Teria o Pai ouvido esta oração e atendido? Não sabemos ao certo, mas o fato é que milhares se converteram dias depois (Atos 2.31, 42; 4.4; 6.7). Certamente esta oração ecoa pela história da humanidade chegando até os dias de hoje para a nossa salvação. Afinal, continuamos não sabendo muito bem o que estamos fazendo. Quanta tolice em nossos pensamentos, lábios e ações. A boa notícia é que Jesus liberou essas palavras de intercessão que ficaram registradas no coração do Pai, cumprindo a profecia de que “pelos transgressores intercedeu” (Isaías 53.12). Há esperança de transformação para nós!
Palavras de salvação – “Eu afirmo a você que isto é verdade: hoje você estará comigo no paraíso” (Lucas 23.43 – NTLH). Assim podemos definir estas palavras de Jesus: muito além do que o ladrão pediu. O ladrão refere-se a um futuro remoto: ‘quando entrares’; Jesus declara: ‘hoje’. O ladrão pediu timidamente: ‘lembra-te de mim’; Jesus declara: ‘estará comigo’. O ladrão referiu-se ao desconhecido: ‘teu reino’; Jesus especificou: o ‘paraíso’. Jesus compreende nossas necessidades muito além de nossas próprias petições. Assim ele agiu na cruz, assim ele continua agindo. Seu coração ultrapassa nossa percepção (Efésios 3.20). Nele temos toda a provisão para a vida. Há esperança de salvação para nós!
Palavras de cuidado – “ ‘Mulher, eis ai seu filho’ … (discípulo amado) ‘Eis aí tua mãe’ ” (João 19.26, 27). Que cena curiosa! Jesus tem compaixão de quem está sofrendo por vê-lo sofrer. Ao invés de chamá-la de mãe, usa a respeitosa expressão “mulher”. Além de não provocar nem ferir seu instinto materno, quer que ela o veja como Senhor de sua vida, da mesma maneira quando começou seu ministério (João 2.4). Por sua vez, João é o próprio narrador da passagem que se autointitula como ‘o discípulo amado’ (João 13.23; 20.2; 21.20, 24), não porque o Mestre assim o chamava, mas porque ele assim o percebia. Duas pessoas que percebem como são profundamente amadas por Jesus estão sendo convidadas a cuidar uma da outra. Essa lição fica até nossos dias: um cuidando do outro até que todos sejam cuidados. Há esperança de cuidado para todos nós!
Estas palavras refletem seu coração carregado de amor. Ele pensa em outros, porque não quis pensar em si mesmo. Ele preocupa-se com outros, porque não quis se preocupar consigo mesmo. Ele salva outros, porque não quis salvar a si mesmo.
Do meio dia até as 15 horas houve escuridão sobre toda a terra (Marcos 15.33). Jesus ficou em silêncio. Mas, após este período…
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