Nascido no Rio de Janeiro capital, o cantor Renato Gabry foi criado na cidade interiorana chamada Itaperuna (RJ), onde servia a Deus junto aos pais. Aos 20 anos de idade sofreu um grave acidente em que quase morreu, mas foi livrado da morte por um maravilhoso milagre de Deus. Confira esse belo relato.
“Há aproximadamente quatro anos sofri um grave acidente. Voltava da faculdade de moto a uma velocidade de 40km/h quando me deparei com um buraco na estrada. Já estava me aproximando de casa, quando a roda caiu dentro da depressão e fui lançado metros dali. Antes de cair, o capacete misteriosamente voou e bati com a cabeça contra o chão. O interessante que meu acidente foi em baixa velocidade e não tinha nenhum outro veículo envolvido. Fui socorrido pelos meus vizinhos, inclusive minha tia estava passando pelo local no momento do acidente.
Não perdi a consciência durante o desastre, por isso senti como se uma manada de touros tivesse passado por cima de mim. Foi uma dor indescritível. Tive uma convulsão no local do acidente, outra na ambulância e por fim uma no hospital que só foi controlada com muito medicamento. Externamente era como se não tivesse sofrido nada, havia apenas um pequeno corte na cabeça. Quando fiz exames mais detalhados, os médicos descobriram que estava com traumatismo crânio encefálico, conhecido como TCE. Esse tipo de ferimento significa que quebrei parte do crânio e adquiri uma lesão.
A pancada foi muito forte e atingiu justamente a região mais sensível do cérebro. Fui para a Unidade de Treinamento Intensivo, UTI, porque teria que ser submetido urgentemente a uma cirurgia pela Lesão cerebral. Fui submetido ao coma induzido, porque um coágulo havia se formado. Depois da cirurgia tive uma infecção no cérebro que se chama encefalopatia séptica. Minha cabeça começou a inchar. Controlada a encefalopatia tive outra complicação. Os médicos contam que tive todas as complicações que alguém na minha situação podia ter. Assim, fui acometido com derrame pleural, meu pulmão começou a encher de líquido, e depois tive uma espécie de bolha de sangue no pulmão, por fim tive uma segunda pneumonia. Esta ficou tão severa que passou para toda a minha corrente sanguínea, afetando todos os meus órgãos e tecidos. Foi então que recebi o diagnóstico de infecção generalizada. Por causa da infecção, meus rins, pâncreas e outros órgãos murcharam como se estivessem sendo “comidos” pela infecção. Como meu rim não funcionava, tive que fazer transfusão de sangue, para que tivesse a chance de sobreviver, enquanto isso meu coração só funcionava à base de injeção de adrenalina.
Durante todo esse momento, a minha igreja, família e quase toda a cidade estava orando pela minha vida. Os médicos explicavam à minha mãe sobre o meu real estado. Às vezes diziam que eu não passaria daquela noite. Para ter uma ideia da minha real situação, na medicina existe uma escala de 1 a 15 da vida. As pessoas que se encontram no estágio 15 estão saudáveis, quem está no estágio 2 teve morte cerebral; e eu me encontrava na posição 3 da escala, contudo, minha mãe dizia aos médicos que em breve sairia do hospital. Os doutores achavam que ela não compreendia muito bem o que eles diziam porque mesmo com as notícias ruins, ela mantinha a mesma fé e convicção da minha cura.
Recebendo o milagre
Como havia dito, a cidade estava em oração pela minha vida, e nas rádios anunciavam pedidos de oração. Uma mulher cega ouviu o anúncio e disse que Deus a pediu que me visitasse.
Como eu já estava em estado terminal pela Medicina, no 15º dia da minha internação, eles já estavam liberando qualquer tipo de visita para que as pessoas pudessem se despedir de mim. Quem estava presente na UTI conta que o dia que essa mulher cega, chamada Ana Paula, entrou no meu quarto para orar por mim, houve como uma espécie de “fogo” em volta do meu leito. Sendo que o ar condicionado estava ligado em temperatura muito baixa. Ela orou fervorosamente por mim e naquele mesmo dia acordei. Os médicos contam que meus parâmetros mudaram do nada, minha medição de plaquetas melhorou instantaneamente. Meus órgãos recuperaram tamanho e aspectos normais. Minhas lesões do cérebro, para surpresa deles, desapareceram. Acordei e não me lembrava de nada, não sabia nem quem era. A minha mãe falava comigo me explicando sobre o acidente. Gradativamente comecei a me lembrar das coisas, então recordei que era cristão e cria em Deus. Então comecei a orar, ouvindo a música no hospital que minha mãe havia colocado no quarto chamada “Jeová Rafah”, o Deus que cura. Eu havia gravado a canção junto com uma amiga um ano antes do meu acidente.
Plena recuperação
Comecei a clamar a Deus dizendo que Ele já estava agindo na minha cura e cria que retornaria para o ministério. Tive fé de que Deus não apenas era poderoso para fazer milagres, mas que o milagre já estava sendo feito em mim. Até o diabo pode crer que Deus pode fazer milagres, mas precisamos ativar a fé para nossa vida. O milagre precisa acontecer em nós. Foi então que ali mesmo no hospital, Deus me deu uma música que se chama “Meu milagre” que hoje é a canção tema do meu primeiro CD, gravado ao vivo em 2012.
Eu cantava, mas embora tivesse recebido muitos milagres de Deus, minha voz ainda estava um pouco rouca. Então passei a cantar a música da pastora Ana Paula Valadão chamada “Esperança”. Daquele dia em diante minha voz começou a ser restaurada. Tenho mais extensão do que antes do acidente, mais potência. Digo isso sem soberba alguma, mas para a glória do Senhor, porque Ele fez algo que não esperava, além de ter me dado mais graça para compor.
A equipe médica reconhece que houve uma intervenção de Deus no meu caso. Inclusive, houve um médico que disse: “Uma coisa é certa, não sei se foi Deus ou algo sobrenatural, mas esse menino não é daqui. A gente nunca vê isso acontecer”. Muitos deles eram profissionais totalmente céticos e racionais quanto ao poder de Deus e hoje acreditam que a cura muitas vezes está além da capacidade deles.
Vejo o agir de Deus desde o começo até aqui. Depois do acidente, a consciência de quem sou foi mudada. Às vezes acreditamos que somos tão cheios de habilidades e autossuficientes. Parece ser tão fácil fazer o que se quer, ir de um lugar ao outro, e fazer o que se quer da vida. Então pude ver que não somos nada. Às vezes, perdemos a noção disso, uma pequena pancada na cabeça, me levou a uma realidade tão dura e hoje vejo como sou dependente de Deus e como as pessoas a minha volta são importantes”.
Renato Gabry
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