Durante a proclamação da República, em 1889, seus idealizadores acreditaram que conseguiriam separar a religião do Estado, com a sua nova constituição. O Brasil deixava o catolicismo da monarquia para trás e se tornava oficialmente laico.
Mas em 2012 setores da sociedade ainda debatem sobre a legalidade do que é chamado de “imposição” do cristianismo. Há ensino religioso em escolas públicas, crucifixos têm lugar de destaque em tribunais, alguns estudantes são obrigados a rezar antes da aula e as testemunhas precisam jurar sobre a Bíblia.
A presença desses símbolos de fé em ambientes públicos está mais uma vez no centro do debate. Existem entidades organizando manifestações públicas em favor do Estado laico em três capitais. Em Porto Alegre aconteceu em 22 de março, no Rio de Janeiro será dia 10 de abril e em São Paulo, no dia 14.
Para Salomão Ximenes, advogado da ONG Ação Educativa, não se está respeitando a determinação constitucional (artigo 210) de que o ensino religioso seja facultativo. No Estado de São Paulo, por exemplo, a religião fica “diluída” em várias matérias, impedindo que o aluno decida se quer ou não assistir às aulas.
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