Aline Barros realmente nos surpreendeu (mesmo que o motivo não tenha sido o de rejeitar abertamente o convite da Globo), pois acabou sendo exemplo de que não só de mídia boa em horário nobre vive cantor evangélico no Brasil. Desde a criação dos núcleos evangélicos nas tramas, a poderosa emissora tem oferecido a nossos “cantores artistas” sua audiência e holofotes em troca de rápidas participações em seus folhetins.
O objetivo dessas concessões, antes impossíveis, são o de atrair a simpatia de um universo de evangélicos que cresceu mais de 60% em 10 anos (2000 a 2010) e que de acordo com previsões estatísticas deverá ultrapassar 50 milhões de pessoas em breve. Não houve conversão de ninguém da cúpula global, o que ocorreu foi um estratégico posicionamento comercial – já pensou não ter nada para mediar à audiência de quase ¼ da população do país?
Para cantores que pensam em tornarem-se populares para venderem mais CDs e ficarem famosos por conta de programas de alta audiência na TV secular é uma ótima oportunidade. A alegação de que tais aparições são para pregar o Evangelho, não convence e menos ainda agrada a maioria dos evangélicos brasileiros. Afinal, uma classe social que através de sua crença se opõe ao pecado denunciado pela Palavra de Deus não vai querer ver os seus mais destacados representantes participando de tramas que divulgam e normalizam toda sorte de transgressões – como as novelas da Rede Globo, principalmente.
No dia 24 de dezembro a novela mostrou o culto de Natal que teve a participação do grupo Fat Family que não interpretou uma música gospel, mas a canção “Deus é o Amor” da cantora Gal Costa. Aline Barros foi muito elogiada por se negar a participar, já Kleber Lucas recebeu críticas por sua pequena apresentação em “Amor à Vida”.
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