Jesus deixou uma coisa muito clara: “Se alguém ouve as minhas palavras, e não as guarda, eu não o julgo. Pois não vim para julgar o mundo, mas para salvá-lo” (Jo 12:47). Isto está no Evangelho de João, e não contradiz nem um pouco o capítulo 5 do mesmo evangelho, onde diz que o Pai “deu-lhe autoridade para julgar” (Jo 5:27). Como assim? Jesus tem autoridade para julgar, mas não julga? Por quê? “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele. Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus. Este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram as trevas, e não a luz, porque as suas obras eram más” (Jo 3:17-19).
Resumindo, todo ser humano já nasce condenado pelo pecado que existe em si, que é essa índole de viver sem controle ou submissão a uma autoridade superior, no caso, Deus. Rebelião, autossuficiência, insubmissão, descontrole — dê a isso o nome que desejar, você sabe do que estou falando. Um dia Jesus virá como Juiz para julgar e lavrar a sentença daqueles que já nasceram condenados ao castigo eterno por serem pecadores: tinham em si o pecado e por isso pecavam. Mas antes Jesus veio em amor, e há duas coisas que o amor não faz: julgar e condenar. Esta disposição de Deus para com os homens ainda está valendo, como uma espécie de “oferta relâmpago”, mas que pode se encerrar a qualquer momento, ou por seu relógio biológico parar de bater, ou pela volta de Jesus. Vale o que acontecer primeiro. Ou seja, é pegar ou largar. Ou melhor, crer ou continuar do jeito que está.
Então, se o próprio Jesus, que tem poder e autoridade para julgar, não está julgando por agir em amor, como devem fazer os seus discípulos? Andar também em amor. Ouvi alguém dizer que quando apontamos o indicador ficamos com outros três dedos apontados para nós e o polegar voltado para baixo, em sinal de desaprovação. E é disso que Jesus fala aqui, ao dizer: “Não julguem, e vocês não serão julgados. Não condenem, e não serão condenados” (Lc 6:37). Mas como fazer diante do erro ou má doutrina? Não devo julgar? E como diz aqui que minha condenação depende de eu não condenar os outros? Acaso não ficamos livres de condenação ao crermos em Jesus?
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