Ontem vi no twitter algo assim: “Bruna Surfistinha diz que precisará de uns 3 anos para pagar todos seus pecados”. Provavelmente muita gente deu risada pois ela era uma prostituta. Ela se auto-sentenciando diz que precisa de 3 anos. Talvez se você que está lendo este texto fosse sentenciá-la, quanto tempo você daria para ela? Somos hipócritas. Nosso julgamento sempre é mais pesado para as outras pessoas do que para nós mesmos. A Raquel Pacheco (ex- Bruna Surfistinha) está errada. Ela não precisa de 3 anos para pagar seus pecados. Ela não pode pagar por eles. Talvez muita gente já esteja com pedras nas mãos para atirar nesta mulher. O mesmo aconteceu na época de Jesus.
Aquela mulher fora trazida para o meio da cidade. Em pé na frente de todos. Fora pega em flagrante de adultério. O que fazer com ela? Ela tem que pagar por seu pecado. Ali aqueles fariseus não se importavam com quem era ela, com sua história ou em como ela estava se sentindo. Já estava sentenciado para eles. Pedras estavam em suas mãos. Aquela mulher não esperava nada mais além da morte. Esperar por misericórdia? Não. Os olhos deles mostravam que não teriam. Trazem aquela mulher e perguntam à Jesus: Ela foi pega em flagrante de adultério. A lei nos manda apedrejá-la. E você, o que diz? Jesus nada responde. Ele se inclina e começa a escrever na areia. Se perguntassem àquela mulher qual deveria ser sua pena, talvez ela diria o mesmo que a Raquel Pacheco. Ao perguntarmos aos fariseus, eles diriam: Morte! Como Jesus não responde nada, aqueles homens insistem na pergunta. E Jesus, o Justo Juiz, sentencia: – Aquele que não tiver pecado, que atire a primeira pedra! Aquela mulher estava no centro no tribunal. Naquele momento ela não é tirada do centro. Jesus coloca todos os outros ao lado dela. Todos mereciam a condenação. Não havia ninguém ali que fosse justo. Não havia ninguém melhor que ela. Apenas histórias diferentes. Aqueles homens ao serem confrontados e colocados de frente com seus pecados, começam desde os mais velhos até aos mais novos a soltarem as pedras.
Aquela mulher desesperada, com lágrimas nos olhos, fica ali ao lado de Jesus. Ela não acreditava que aquilo estava acontecendo. O impossível aconteceu. Jesus olha para ela e pergunta: Onde estão os seus acusadores? – Não estão mais aqui Senhor! E Jesus dá a sentença final: – Nem eu tampouco te condeno! Vá e não peques mais! Talvez esperássemos que passasse uma lição de moral. Talvez que mostrasse que Ele havia avisado para que ela não fizesse aquilo. Jesus não diz nada além de “Eu te perdôo”. Te dou uma nova chance. Uma nova vida. Vá e não erre novamente. Faça diferente. É constrangedora a forma como Deus trata nossos fracassos. Ele nos ama. Não quer que sejamos fracassados. Quer o nosso bem. Ele enxerga o nosso coração e conhece nossa história.
Talvez você tenha começado a ler esse texto e já tenha dado uma risada ao ler sobre a frase da Raquel Pacheco. Porém, você é melhor que ela? Nem ela, nem você, nem eu, podemos pagar por nossos pecados. O preço pelos nossos pecados é uma eternidade no inferno. É isso que teríamos que pagar. Por isso Jesus morreu naquela cruz. Para te dar vida. Para perdoar nossos pecados. Para mudar o curso de nossa história de tragédias. Existiam ex-“Brunas Surfistinhas” que se tornaram discípulas de Jesus. E foram instrumentos de Deus para levar o evangelho. Os sãos não precisam de médico e sim os doentes. Não seja um juiz, e sim um servo! Não condene, antes, tenha coração para com a miséria (misericórdia) das pessoas! Felizes os misericordiosos, porque estes alcançarão misericórdia da parte de Deus.
Que Deus tenha misericórdia de nós!
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