A cristã sudanesa que havia sido condenada à morte sob a acusação de apostasia do islamismo concedeu uma entrevista após a anulação da sentença que chocou o mundo e disse que colocou seu futuro nas mãos de Deus. Meriam Ibrahim já estava livre e a caminho do Sudão do Sul, onde pretendia definir seu futuro ao lado do marido Daniel Wani, quando foi detida novamente por agentes do governo sudanês no aeroporto de Cartum, capital do país.A nova prisão logo após a liberdade foi noticiada pela imprensa internacional e, após intervenção do governo dos Estados Unidos, as autoridades do Sudão afirmaram que Meriam havia sido retida no aeroporto apenas para averiguação da documentação, uma vez que ela teria apresentado um visto de viagem internacional inválido. Liberada, Meriam disse que não teve chance de ver a família após sair da prisão e que sua vida ao lado dos filhos e do marido estava bastante tumultuada: “Meu destino está nas mãos de Deus”, disse a cristã, segundo informações da BBC. Especula-se que após a liberação, Meriam, o marido e os dois filhos do casal tenham procurado refúgio na embaixada norte-americana em Cartum.Perseguição
Quando Meriam foi condenada, ela estava grávida de oito meses de seu segundo filho da união com Daniel Wani, que também é cristão. As autoridades do país entenderam que ela havia cometido adultério, e a condenaram também a 100 chibatadas, além do enforcamento por causa da suposta apostasia.A defesa de Meriam alegou que ela havia sido criada com ensinamentos cristãos, apesar de seu pai ser muçulmano, e que por ela nunca ter professado a fé islâmica, não poderia ter deixado de ser muçulmana. O argumento dos advogados que defenderam Meriam só foi aceito pela Corte de Apelações após uma intensa pressão internacional que cobrou do governo sudanês o respeito aos compromissos assumidos pelo país junto à comunidade internacional de respeitar as liberdades individuais.
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