Um cristão paquistanês foi condenado à morte por supostamente ter blasfemado contra Maomé, considerado profeta pelos muçulmanos, e agora apela da sentença na Suprema Corte de Lahore, de acordo com a Missão Portas Abertas. Sawan Masih, 26 anos e pai de três filhos, foi considerado culpado de ofensas a Maomé e sentenciado à morte no último dia 27 de março. O episódio que gerou as acusações foi uma disputa de propriedade entre Masih e um amigo muçulmano.
A repercussão das supostas ofensas ao profeta islâmico geraram protestos populares na cidade de Lahore, a segunda maior do país asiático. “As alegações de blasfêmia contra o Islã são levadas muito a sério no Paquistão, onde 97% da população é muçulmana. Vários casos recentes elevaram a preocupação internacional sobre a aplicação das leis de blasfêmia no país”, afirmou a Portas Abertas em comunicado. “Desde a década de 1990, dezenas de cristãos foram condenados por profanar o Alcorão ou blasfemar contra o profeta Maomé. Enquanto a maioria deles foi condenada à morte pelos tribunais, muitos casos foram derrubados por falta de provas”, acrescenta o documento.
A apelação de Masih foi apresentada à Suprema Corte no último dia 01 de abril, e agora ele aguarda a decisão sobre a sentença. A Portas Abertas destaca que uma acusação de blasfêmia pode ser registrada pelas autoridades com pouca ou nenhuma evidência, o que resulta em muitas falsas denúncias e condenações injustas.“Ore para que essa situação seja resolvida e Masih consiga provar sua inocência”, pede o comunicado da Missão Portas Abertas.
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