Enquanto milhões de brasileiros comemoram a vinda do Papa Francisco ao Brasil este mês, um grupo está especialmente descontente. A Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (Atea) anunciou que fará uma cerimônia de “desbatismo” simultaneamente em pelo menos duas cidades brasileiras.
O tom do protesto é contra a “imposição religiosa” e o uso de recursos públicos na Jornada Mundial da Juventude. Prevendo problemas, o grupo diz que já encaminhou um pedido de habeas corpus preventivo, assim impediria a interferência do Exército na manifestação.
A estranha cerimônia inclui o uso de secadores de cabelo que simbolizam “os ventos do secularismo” que secariam simbolicamente as águas do batismo um dia derramados sobre eles. A ATEA comunica que: “Vamos liberar para os interessados um folheto com uma certidão e cada um que quiser se desbatizar poderá combinar em sua cidade, meio que no estilo flash mob”.
Seu presidente, Daniel Sottomaior, comemora os cerca de 260 mil seguidores da página no Facebooke diz que tem recebido apoios pela rede social. Explica que o batismo é uma maneira de se impor uma crença rejeitada por eles na vida adulta. Condena ainda “um Estado em favor de um credo em particular, como das instalações (religiosas) nas repartições públicas, na moeda (onde consta a frase Deus seja louvado) e pelo descaso com o dinheiro público”, afirma.
Ele enfatiza: “O Brasil é um País de católicos, mas são pessoas que se dizem não praticantes, religião tem que ter prática. A gente quer aproveitar a pessoa que se diz católica, mas que faz sexo antes do casamento, que usa pílula (anticoncepcional) que é a favor do aborto e assim por diante… porque hoje, a igreja não tem meios para que a pessoa possa se desligar”.
A Atea questiona os gastos de milhões de reais investidos para o evento que saíram do bolso de brasileiros que não são católicas. “Por que é que o Vaticano não enviou o papamóvel com recursos próprios, ao invés de a FAB ir buscá-lo, ao custo de centenas de milhares de reais?”, questiona.
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